ATA DA DÉCIMA QUINTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
17-10-2007.
Aos dezessete dias do mês de outubro do ano de dois
mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e cinqüenta e oito minutos,
foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Alceu
Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Ervino Besson, Guilherme
Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Marcelo
Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Maristela Meneghetti,
Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia e Zé Valdir. Constatada a
existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Todeschini,
Elias Vidal, Elói Guimarães, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario
Fraga, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Sebastião Melo e Valdir Caetano.
Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas
as Atas da Septuagésima Quinta e Septuagésima Sexta Sessões Ordinárias. A
seguir, o Vereador Claudio Sebenelo formulou Requerimento verbal, solicitando
que, nesta Sessão, fosse refeita a inscrição para o período de Discussão
Preliminar de Pauta, a fim de oportunizar a palavra a Vereadores que não tenham
se pronunciado nesse período durante a Nonagésima Sessão Ordinária e a Décima
Quarta Sessão Extraordinária, tendo a Senhora Presidenta informado que as
inscrições foram realizadas nos termos regimentais. Em PAUTA, Discussão
Preliminar, esteve, em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 019/07, discutido
pelos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, João
Antonio Dib e Claudio Sebenelo. Na oportunidade, os Vereadores Claudio
Sebenelo, Guilherme Barbosa e Sebastião Melo manifestaram-se acerca das
inscrições de Suas Excelências no período de Discussão Preliminar de Pauta. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha teceu considerações acerca da
forma como são escalados soldados da Brigada Militar, argumentando que a
prioridade dessa instituição é o policiamento ostensivo e a proteção dos
cidadãos. Nesse sentido, mostrou-se contrário à operação realizada pela Brigada
Militar, de averiguação do funcionamento de casas de jogos em Porto Alegre,
sustentando que esse tipo de atividade é atribuição da Polícia Civil. O
Vereador Carlos Todeschini historiou a construção do Projeto Integrado
Socioambiental – PISA –, frisando que, ainda quando o Partido dos Trabalhadores
estava à frente do Governo Municipal, foram utilizados recursos financeiros e
pessoais da Prefeitura Municipal para a elaboração e o planejamento desse empreendimento.
Em relação ao assunto, destacou que foram realizadas diversas Audiências
Públicas para debate desse tema com a população porto-alegrense. O Vereador
José Ismael Heinen discorreu a respeito de problemas enfrentados pela Brigada Militar
para atender com plena eficiência a questão da segurança pública no Estado.
Nesse contexto, defendeu o retorno de oitenta soldados dessa instituição, que
estão lotados atualmente no Rio de Janeiro. Finalizando, reportou-se à necessidade
de contratação de empréstimos, por parte do Governo Municipal, junto a
organismos financeiros internacionais, para aplicação em obras públicas na
Cidade. A Vereadora Clênia Maranhão replicou críticas ao Projeto de Lei do
Executivo nº 019/07, que autoriza a contratação de empréstimos internacionais
para implementação do Programa Socioambiental do Município, ressaltando a
importância de que esses debates se restrinjam às questões políticas e não
evoluam para o campo pessoal. Ainda, alegou que as denúncias de irregularidades
relativas à tramitação desse assunto por parte do Executivo devem ser
fundamentadas em fatos concretos, sob pena de caírem em descrédito. Em
continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e
aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora Maria Celeste,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia, nos termos estabelecidos em reunião da Mesa Diretora com o Colégio de
Líderes. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução
nos 071 e 013/07. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Resolução nº 060/07, com ressalva das Emendas apostas, por vinte e
seis votos SIM e três votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Nereu D’Avila,
Elói Guimarães, Luiz Braz, Margarete Moraes, Sebastião Melo, Adeli Sell, Zé
Valdir, Clênia Maranhão, José Ismael Heinen, Haroldo de Souza, Carlos
Comassetto, Guilherme Barbosa, Professor Garcia e Dr. Raul e encaminhado à
votação pelos Vereadores Claudio Sebenelo, Elói Guimarães, Neuza Canabarro e
Bernardino Vendruscolo, em votação nominal solicitada pelo Vereador Sebastião
Melo, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir
Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Marcelo
Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Zé
Valdir e Não os Vereadores Dr. Raul, Elói Guimarães e José Ismael Heinen.
Durante a apreciação do Projeto de Resolução nº 060/07, os Vereadores Ervino
Besson, Nilo Santos, Claudio Sebenelo, Bernardino Vendruscolo e Valdir Caetano
cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Nereu
D’Avila, Elói Guimarães, Luiz Braz, Sebastião Melo e Professor Garcia. Após, o
Vereador Nereu D’Avila manifestou-se em relação ao teor da Emenda nº 01, aposta
ao Projeto de Resolução nº 060/07, tendo a Senhora Presidenta informado que,
por não ter sido destacada, essa matéria não poderia ser encaminhada à votação.
Em continuidade, foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Resolução nº
060/07, por dezenove votos SIM e dez votos NÃO, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell,
Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Guilherme
Barbosa, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Margarete
Moraes, Maria Luiza, Nilo Santos, Professor Garcia e Zé Valdir e Não os Vereadores
Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Luiz
Braz, Márcio Bins Ely, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Sebastião Melo e Valdir
Caetano. Foi aprovada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Resolução nº 060/07,
por vinte e oito votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Valdir
Caetano, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir
Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Marcelo
Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo,
Valdir Caetano e Zé Valdir. Na ocasião, a Senhora Presidenta informou estar regimentalmente
impedida de votar Emenda nº 02, aposta ao Projeto
de Resolução nº 060/07, por se tratar de matéria cuja aprovação depende de
maioria simples de votos, externando seu posicionamento favorável à referida
Emenda. Em prosseguimento, a Senhora Presidenta informou que está aberto
o período de inscrição para o Curso Plano Diretor, a ser promovido pela Escola
do Legislativo Julieta Battistioli, a partir do dia vinte e dois de outubro do
corrente, tendo se manifestado sobre o assunto o Vereador Ervino Besson. Às
dezoito horas e quarenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, a Senhora
Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelas Vereadoras Maria Celeste, Maristela Meneghetti e Neuza
Canabarro e secretariados pelo Vereador Alceu Brasinha. Do que eu, Alceu
Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão.
O SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Srª
Presidenta, aqueles que se inscreveram em Pauta na outra Sessão tiveram
privilégio sobre esse assunto. Outros Vereadores que gostariam de se inscrever
nesta Pauta não terão a chance de falar, porque os mesmos que já falaram vão
falar exatamente a mesma coisa, sobre o mesmo assunto. Então queria que V. Exª,
como Requerimento meu, colocasse em votação que essa segunda Pauta seja com
Vereadores que não participaram da primeira, senão ficam sempre os mesmos
falando a mesma coisa.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Eu entendo,
Ver. Sebenelo, mas é do Regimento; V. Exª teria que fazer um acordo com aqueles
que já estão inscritos para que desistissem. Infelizmente, é regimental.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Está bom,
então. Obrigado.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
3ª
SESSÃO
PROC. Nº
7780/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/07, que autoriza o Poder
Executivo a contratar empréstimo externo junto ao Banco Interamericano de
Desenvolvimento - BID, com garantia da União, para financiamento de obras de
reurbanização, saneamento, drenagem urbana e gestão ambiental do Programa
Integrado Socioambiental – PISA.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti;
colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras, este PLE n° 019/07,
Projeto Socioambiental, é o maior Projeto a ser desenvolvido em Porto Alegre,
depois da 3ª Perimetral. E, neste momento da discussão, neste Governo, é o
maior Projeto que este Governo está conduzindo; Projeto que foi construído na
Administração Popular, que está sendo levado adiante. Portanto, é um Projeto de
reurbanização e saneamento básico, que tem essa grandeza em torno de 500
milhões. Ele não é só um Projeto de tratamento de esgoto; é um Projeto que
trata do tratamento de esgoto, da qualificação ambiental, da reurbanização da
Cidade, da despoluição dos arroios e da despoluição do lago do Guaíba.
Portanto, ele tem um significado e um potencial emblemático fantástico, porque
esta é a era da sustentabilidade, e se nós não trabalharmos com o conceito de
sustentabilidade, nós estaremos nos equivocando, inclusive no papel do
Legislativo Municipal. Digo isso para fazer aqui um debate com o Ver. Sebastião
Melo, principalmente, que me antecedeu aqui, e que diz que as 1.600 famílias
poderão ser reassentadas, inclusive na Restinga. E aí eu tenho uma
discordância. Todos aqui sabem, e os senhores e as senhoras que estão aqui,
inclusive seguimentos do Movimento Negro, os Lanceiros Negros, que eu aqui
vejo, sabem como a Restinga foi criada. A Restinga foi criada há 40 anos para
tirar os negros do Centro da Cidade e aldeota, para levá-los para bem longe da
Cidade. Se nós continuarmos insistindo neste conceito de cidade, nós
continuaremos equivocados. O que está dito aqui, senhores e senhoras... Em
particular, meu querido amigo Sebastião Melo, queremos fazer um debate de
conceito. Está dito aqui no Programa Integrado Socioambiental, que foi mandado
para o Banco Interamericano de Desenvolvimento, que estas famílias poderão ser
reassentadas... Na página 53 está dito isto (Lê.): “... estudos realizados pelo
DEMHAB apontam reduzido número de terrenos vazios, cujas dimensões raramente superam
a 5 mil metros de área, sendo que para manter a população mais próxima possível
dos locais a serem liberados o DEMHAB identificou áreas próprias no Município,
próximas aos pontos de intervenção do Programa, como as situadas no Bairro Vila
Nova e Bairro Restinga.”
O
Bairro Restinga não tem nada de próximo ao arroio Cavalhada; são 40 quilômetros
de distância e 25 quilômetros de distância da Serraria. Então, Ver. Sebastião
Melo e Vereadores da base do Governo, queremos fazer uma discussão, aqui, de
conceito, de sustentabilidade. Nós vamos continuar aplicando a lógica de que os
pobres e os excluídos têm que ser levados cada vez para mais para longe dos
centros urbanos, dos centros de referência, dos centros de bairro, das
unidades? E eu não estou inventando isso, está escrito no estudo que foi
reelaborado, Ver. João Antonio Dib, pelo Executivo Municipal. Isso é um
conceito de cidade que nós temos que discutir.
Sabem
os senhores quantas pessoas estavam na Audiência Pública da Restinga? Quatro
pessoas da comunidade da Restinga para discutir este tema sobre um Projeto de
500 milhões. Isso não é Audiência Pública. Não podemos acordar com essa
sistemática!
Portanto,
é claro que vamos trabalhar para ser aprovado esse recurso para Porto Alegre.
Nós temos coerência e competência político-partidária para discernir um projeto
que é bom para a Cidade. Faremos; mas queremos ter aqui, Verª Clênia Maranhão,
o direito e a possibilidade de contribuir para que esse Projeto possa ser o
máximo possível qualificado naqueles conceitos que nós entendemos de cidade,
entre eles o de cidade que não exclua. Faremos, Ver. Sebastião Melo, o
saneamento como estávamos discutindo aqui, de forma regular, e vamos remeter
essas pessoas para a periferia. E na Restinga não está contemplada a totalidade
do tratamento de esgoto. Portanto, senhores e senhoras, volto à tribuna para
discutir novamente um conceito de cidade. E o Programa Socioambiental passou à
grandeza de 500 milhões; merece a nossa reflexão sobre isso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Carlos Comassetto.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Cara
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
público que nos assiste pelo Canal 16, este é um assunto relevante porque é o
maior Projeto da história da Cidade. Ele é praticamente o dobro, em volume
econômico, se comparado ao recurso da 3ª Perimetral. É
um Projeto que impacta fortemente o meio ambiente e tem uma importância social
para um grande número de pessoas, sem comparativo. Esse Projeto já tem muito
investimento, tem o empenho da qualificada equipe do DMAE, dos técnicos do
DMAE, dos técnicos do DEMHAB, da SPM, da SMOV, que trabalharam no Projeto, e
durante cinco anos, inclusive obtivemos o licenciamento ambiental com a
obtenção da licença prévia junto à FEPAM, algo que é bastante delicado, muito
difícil, mas obtivemos, Ver. João Dib, e há pouco discutíamos, na Sessão
anterior sobre a mudança dos números, 115 milhões de dólares, originalmente,
quando o dólar estava fixado no câmbio de três por um, ou seja, 345 milhões de
reais. E agora temos a aprovação, ou o pedido de autorização, pelo menos, no
somatório total de 153 milhões de dólares, junto ao BID, com a contrapartida de
50% do Município, mais os volumes autorizados por esta Casa para contratação
junto à Caixa Econômica Federal, FGTS, dá mais 168 milhões de reais, com mais
53 milhões de contrapartida do Município, ou seja, temos uma totalização de 498
milhões de reais, aproximadamente.
O que eu venho aqui questionar é importante, assim
como as falas oportunas dos Vereadores Guilherme Barbosa e Carlos Comassetto,
pois é um Projeto que foi desenvolvido e tinha toda uma concepção de qualidade
sobre os reassentamentos serem feitos proximamente às áreas ocupadas, das
pessoas desenvolverem seu nicho de atividade, quer seja no comércio, quer seja
na prestação de serviços, quer seja no trabalho, quer seja no transporte,
enfim, em todas as atividades sociais, humanas e econômicas dentro da concepção
do existente. No entanto, através do Pedido de Informações, feito pelo Ver.
Comassetto, foi informado pela Direção do DMAE, apesar de depois ser desdito
aqui, que as pessoas iriam ser reassentadas nas regiões da Vila Nova e da
Restinga. Mas isso é um aspecto que precisa ser aprofundado. Nós precisamos,
realmente, saber por que essa parte do BID visa à demanda social, ou seja, ao
reassentamento das 1.600 famílias que hoje vivem em área de risco na Vila dos
Sargentos e às margens do arroio Cavalhada. Mas essa é uma parte da
questão.
A outra parte é que está sendo modificada, no
Projeto, a concepção que tratava o esgoto na forma de lagoa de estabilização, a
exemplo do Lami, a exemplo da Serraria, a exemplo de Belém Novo, que é um
sistema mais sustentável, um sistema mais barato, um sistema ecologicamente
mais equilibrado. E o Governo está alterando este Projeto para o sistema de
lodos ativados, que requer, é verdade, menos áreas, mas isso vai ter um custo
de energia, um custo mecânico e um custo operacional maior para o resto da
vida, num mundo onde o problema de energia é cada vez maior, onde a questão da
sustentabilidade do Poder Público é mais difícil e mais onerosa. E, portanto,
eu creio que - pelos números que estão nos enviando – além de mudar para um
sistema mais insustentável, nós estamos também apresentando um Projeto - ou
está sendo apresentado o Projeto pelo Governo – mais caro para a Cidade, que
requer mais investimentos, porque não pode mudar de 345 milhões de reais em
dois anos para 498 milhões de reais, ainda que o dólar tenha baixado de três
reais para um e noventa e oito. É muito grande a diferença. Portanto, nós
precisamos saber, João Dib, e eu estou disposto, tenho equipe para analisar isso
em detalhe, porque toda a equipe que me assessora trabalhou e se dedicou
durante quatro anos, diuturnamente, na elaboração deste importante e
fundamental Projeto para a Cidade. Projeto que, em gênero, temos acordo, mas
precisamos saber e devemos fiscalizar a boa aplicação dos recursos, bem como
debater as melhores opções para a Cidade e quem deve pagar os impostos e as
tarifas, que é o povo de Porto Alegre.
Essa é a nossa preocupação. Obrigado pela atenção
de todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu queria só
registrar a delicadeza e a compreensão do Ver. Guilherme Barbosa e do Ver.
Sebastião Melo, que tiveram esta atenção com aquele Requerimento que eu tinha
feito. Obrigado.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª
Presidenta, embora tenhamos agido absolutamente regimentalmente, mas pelo apelo
do Ver. Claudio Sebenelo, eu retiro a minha inscrição para que ele possa falar.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, nós achamos que a manifestação do Ver. Claudio Sebenelo sobre essa
matéria é de extrema importância, portanto, declino para ouvi-lo.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Parabéns pelas
atitudes dos nobres Vereadores deste Plenário. Então, desiste o Ver. Guilherme
Barbosa.
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para
discutir a Pauta.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu vou rapidamente
fazer uma intervenção sobre o Projeto Entrada da Cidade e o Projeto PISA que
está tramitando nesta Casa na tarde de hoje. O Projeto se refere, especificamente,
a uma autorização desta Casa para que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre
faça um empréstimo no valor de 75 milhões e 700 mil dólares para o Projeto
Socioambiental. Eu queria lembrar às Senhoras Vereadoras e aos Senhores
Vereadores que este é um Projeto que impacta diretamente na vida das pessoas
das áreas da periferia de nossa Cidade. Se é para discutir isso vinculando a um
conceito de cidade, este é um Projeto absolutamente inclusivo e que trata de um
dos temas mais graves que nós enfrentamos neste momento, que é a questão
ambiental. O nosso Projeto procura exatamente solucionar os danos causados pelo
lançamento inadequado dos esgotos. Porto Alegre, infelizmente, apesar de toda a
propaganda dos últimos 15 anos, é uma Cidade que tem apenas 27% do seu esgoto
tratado.
O Projeto Socioambiental elevará de 27% para 77%
esta capacidade. É disso que trata o Projeto, de uma autorização para que a
Prefeitura possa contrair empréstimos que vêm exatamente solucionar o problema
socioambiental de criação de infra-estrutura e de retirar famílias que vivem em
condições subumanas em algumas regiões da Cidade.
Eu acho importante, também, resgatar que, quando
nós assumimos a Prefeitura de Porto Alegre, o tom divulgado, inclusive nos
processos eleitorais, sobre o Projeto Socioambiental era nada mais do que
papel. Toda aquela divulgação não era verdadeira, porque a Prefeitura de Porto
Alegre era inadimplente, e, sendo inadimplente, não conseguia contrair
empréstimos internacionais. Durante os três últimos anos, Ver. Carlos
Todeschini, quando V. Exª era o Diretor do DMAE, a Prefeitura estava no
vermelho. E na primeira tentativa de negociação que o Prefeito José Fogaça
tentou fazer com o Banco Mundial, o seu representante disse: “Nós não
dialogamos com Porto Alegre, porque ela não paga as suas contas”. Isso é
público, isso saiu na imprensa e isso é uma realidade. Infelizmente, era uma
realidade. Inclusive, porque a Perimetral, que também aparecia nas propagandas
eleitorais, não havia sido paga – nem um centavo sequer - ao Banco Mundial!
Então o Banco Mundial não negociava conosco e, portanto, não havia recursos
passados para o Projeto Socioambiental! Há também que recuperarmos a verdade
com relação à população do Cristal. Quem esteve na reunião do Orçamento
Participativo da reunião do Cristal pôde, inclusive, acompanhar diretamente a
negociação feita pela comunidade, pessoalmente, com o Prefeito José Fogaça,
dentro do conceito de cidade que nós defendemos, um conceito que procura
incluir as pessoas.
Se for para, realmente, discutir com historicidade,
vamos discutir com historicidade, mas vamos recuperar a verdade desse processo.
Eu concluo por aqui, Srª Presidenta, porque nós,
inclusive, já estamos ansiosos para entrar na Ordem do Dia; já estão conosco,
neste momento, vários representantes das comunidades afro-descendentes do nosso
Município, que estão aguardando a votação de um Projeto. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª
Clênia Maranhão.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu posso assegurar que eu não vou ser repetitivo; o meu passado de
Diretor do DMAE, por duas vezes, me autoriza a falar várias coisas sobre o
assunto sem que eu precise
me repetir. Quero dizer que as eleições têm um mérito: o mérito de fazer trocar
o Administrador, mas nunca trocar a Administração. Então nós tínhamos uma
Administração com Tarso Genro, depois João Verle; com Todeschini e depois
Damiani. Saíram os quatro, não estão mais lá. Mas a Administração, os
servidores do DMAE, esses estão lá. Os servidores da Prefeitura estão todos lá,
até porque eles são do quadro e não saem de uma hora para outra. As suas idéias,
os seus projetos são os mesmos, há continuidade – isso é importante, que haja
continuidade administrativa.
Então
o Sr. Todeschini e o Sr. Damiani fizeram um início glorioso do PISA – o
Programa Integrado Socioambiental. Fizeram, não há dúvida nenhuma! E tanto é
verdade que discutiram com a população que não aceitou determinadas soluções
nos bairros Cristal e Cavalhada, que foram reformuladas agora. Portanto o
Projeto vem sendo desenvolvido pelos mesmos técnicos, só que agora o Prefeito é
José Fogaça, o Diretor do DMAE é Flávio Presser. Mas estão continuando aquilo
que encontraram, ninguém inventa uma Administração de uma hora para outra.
Administração, em primeiro lugar, é continuidade.
Agora
eu quero dizer que é necessário e urgente que esta Casa vote este Projeto, não
precisa brigar com ninguém, nem nada. Eu vejo que estão de acordo que o Projeto
será votado o mais rapidamente possível para que o empréstimo possa ser feito,
e, depois, as dúvidas que existirem sejam sanadas. Vamos, depois, pedir ao Diretor
do DMAE que nos traga o Projeto, vamos olhar, há três ex-Diretores do DMAE no
Plenário, mais um Engenheiro aqui ao meu lado, e deve haver mais gente que
entende de Projetos também, e vamos ter oportunidade de analisá-lo.
Portanto
o necessário, o essencial é que se entenda que nós precisamos votar, que o
prazo se escoa, e nós não podemos perder a oportunidade. Não vamos resolver o
problema de toda a população; é de mais 50% que terão atendimento de esgoto e
mais 50% com esgoto tratado. Isso é uma coisa que vem continuando. Estamos hoje
em 27%, vamos passar para 77%, mas isso vai levar 10 anos, e haverá outros dois
Prefeitos além do Fogaça.
Então
não podemos aqui deixar de atender aos reclames da Cidade para a Saúde e
saneamento, deixando para amanhã, para depois de amanhã, para qualquer dia. É
hoje, é agora e tem que ser feito o mais rapidamente possível! Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a
Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir a Pauta.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, ontem à noite, um
assessor meu e eu estávamos numa comunidade lá na Zona Sul, e, às 23h30min,
mais ou menos, nós pegamos a Perimetral; em dez minutos, como não havia nenhum
trânsito, eu cheguei à minha casa. E, no caminho, eu dizia a esse meu assessor
sobre a beleza que é a gente usufruir, num momento desses, de uma obra
fantástica como a Perimetral. Pode ter seus erros, pode ter suas questões de
planejamento, de arborização, mas é grande a felicidade de uma população ao
usufruir uma obra que foi o sonho de muitas pessoas e hoje está corporificada
da Zona Sul até o Aeroporto, cruzando a Cidade, dividindo-a em duas - que já é
dividida em duas pelo arroio Dilúvio -, vejam a importância dessa obra! Ela é,
indiscutivelmente, um dos marcos da Administração do Partido dos Trabalhadores,
além de outros.
Então
eu queria agradecer agora, mais uma vez, ao Ver. Guilherme Barbosa e ao Ver.
Sebastião Melo, por terem desistido de falar e me cedido este tempo de Pauta,
para dizer que eu acho que estamos às vésperas de uma outra grande obra
magnífica. Desde a minha primeira eleição para Vereador, eu compareci ao DMAE e
já conhecia o Projeto Socioambiental, muito bem bolado e contribuído pelas
comunidades. Às vezes, é obrigatória a fiscalização - e é normal a oposição se
opor, muitas vezes, porque ela faz o papel de oposição: fiscalizar as questões
técnicas, uma vez que o Partido dos Trabalhadores tem técnicas de alto nível,
pois já conheceram, na intimidade, o Departamento Municipal de Água e Esgoto.
Ontem,
eu recebi um e-mail de uma
professora, lá da Ponta Grossa, pedindo providências do DEP, e eu vou pessoalmente
tratar desse assunto. Quando eu digo pessoalmente, eu quero dizer que eu vou lá
na Ponta Grossa conversar com essa professora. Eu vou procurá-la para falar
sobre esse assunto.
E
quero dizer que, na cidade de Porto Alegre, há uma euforia e uma expectativa
muito grande, porque, se há um Projeto que foi debatido com as comunidades, foi
este, se há um Projeto que foi alterado pela comunidade, foi este. E jamais o
Diretor Flávio Presser se negou a vir aqui. Ele veio várias vezes, e os dados
financeiros da obra são dados importantíssimos, na medida em que há alterações
no dólar; alterações, inclusive, de Projeto. E é normal a evolução, a mudança
de um Projeto, num mundo que muda toda hora e vertiginosamente. A tecnologia
vai mudando e, evidentemente, as questões mudam.
Por
isso eu queria dizer que, corrida a Pauta, este Projeto precisa da autorização
desta Câmara o mais breve possível. Eu conclamo que toda esta Câmara, dentro do
menor tempo possível, vote este Projeto e dê para a cidade de Porto Alegre esse
presente fantástico que ela merece não só por uma questão de saneamento, de
engenharia, mas também por uma questão sanitária, de saúde, de carinho com o
nosso Guaíba.
Vereador
Todeschini, eu pertenço ao Pró-Guaíba, e há um estudo direto da melhora que haverá
no lago Guaíba depois de tratado o esgoto; ele será lançado por emissário
cloacal. E, aí, nós vamos saber que Porto Alegre se verá livre de casos de
doenças, porque vai haver saneamento, mas, principalmente, o nosso Guaíba vai
receber de presente essa estrutura que vai aliviar essa transformação, em
parte, daquela maldição de um dos lugares mais bonitos do mundo, de uma cloaca
que há muito e muito tempo merece uma outra destinação para os dejetos de Porto
Alegre. Acho que este é um momento histórico e fantástico que nós temos que
usufruir, e usufruir não só de uma forma eufórica, mas com a responsabilidade
de quem vai aprovar um empréstimo que não é mais uma dívida para a Cidade; é um
investimento maravilhoso que não pode ser avaliado quantitativamente, nem
monetariamente e nem financeiramente. Esse é um ganho fantástico para a Cidade
que, evidentemente, sem nenhum abuso, nenhum absurdo, poderá dar a Porto Alegre
aquilo com que ela sonha há tantos anos. Muito obrigado pela delicadeza do Ver.
Guilherme Barbosa e do Ver. Sebastião Melo.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Claudio Sebenelo.
O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu venho aqui para
falar da gloriosa Brigada Militar; eu tenho muita honra e gosto muito dela, sou
um colaborador. Reconheço que eu estou em Porto Alegre graças à Brigada
Militar, quando um soldado me deu uma força e eu fiquei. A operação da Brigada
Militar, hoje, dia 17 de outubro de 2007, foi com dois mil brigadianos, na
cidade de Uruguaiana, em uma ocupação do MST.
Senhores
e senhoras, a prioridade da Brigada Militar é o policiamento ostensivo. O
policiamento tem que proteger o cidadão de bem, fiscalizar e prender o
assaltante, o traficante, o estuprador. Esse é o papel da Brigada Militar.
Gosto muito da Brigada Militar!
Agora,
mais surpreso fico, pois, hoje, há 250 homens da Corporação da Brigada Militar
fiscalizando os bares e apreendendo as máquinas caça-níqueis. Imaginem os
senhores a prioridade! Essa investigação e essa fiscalização são de competência
da Polícia Civil, e não tirar a Brigada da rua! Hoje, nós precisamos da
segurança da Brigada Militar e não temos, e não para fechar estabelecimento e
fiscalizar máquinas de caça-níqueis. Acho que está na hora de nós, Vereadores,
quem sabe, fazermos uma proposta para o Prefeito, junto ao Governo Federal,
para que legalizem essas máquinas e cobrem impostos, porque isso vai beneficiar
as entidades, a Saúde, enfim.
Não
há condições de haver cada vez mais desemprego. Por exemplo, quanta gente
trabalhava no Bingo? E fecharam o Bingo. Eu não sou um defensor da
contravenção, mas acho que a Brigada está no papel errado. A Brigada tem que
estar é na rua, prendendo o assaltante, o ladrão, o traficante, enfim. Não dá!
Vereador
Haroldo de Souza, hoje, a previsão da Brigada Militar é de ter 33 mil homens na
Corporação. Não tem; tem 20 mil! Desses 20 mil, 800 trabalham na Susepe; 1.000
nos presídios; 300 na Fazenda; 350 no Batalhão Ambiental; 800 no Rodoviário; em
férias e pessoas que estão afastadas, são 2.000 brigadianos; 150 na área
Administrativa; 150 na Casa Militar; 80 na Academia; 300 na área de Patrimônio;
130 em outros órgãos; 100 na Força Nacional; 2.000 no Corpo de Bombeiros. Aí,
Ver. João Antonio Dib, o senhor foi Prefeito por 999 dias e sabe que a cidade
de Porto Alegre precisa de segurança, sobram 8.160 brigadianos para trabalhar
em todo o ostensivo do Rio Grande. Dividindo por 497 Municípios, dá 23 soldados
por Município. Como é que vamos combater o crime com 23 soldados por Município?
Não tem condições! Eu acho que a Brigada Militar e o Secretário de Segurança
não podem botar a Brigada a fiscalizar enquanto não tem um soldado sequer na
rua! Nós temos que cuidar da segurança do cidadão que paga imposto; cuidar dos
colégios, pois tem traficante ao lado dos colégios oferecendo drogas. Isso,
sim, nós temos que cobrar da Brigada, porque é serviço da Brigada Militar
combater o tráfico!
Pois
bem, senhores, eu não estou falando contra a Brigada; eu sou a favor da
Brigada, mas a Brigada Militar tem que estar defendendo o cidadão de bem, para
nós não estarmos à mercê na rua. Daqui a pouco não tem mais brigadiano, porque
ele é ocupado em tudo o que é lugar. Tira a Brigada para um lugar, tira para
outro, tira para outro, não tem condições! Lá em Uruguaiana tem 2.000 homens da
Brigada hoje.
Senhora
Presidenta, me perdoe passar do tempo, mas quero dizer que essas são as minhas
palavras, e peço que o Secretário reconheça e bote a Polícia - compete à
Polícia Civil investigar a contravenção -, não coloque a Brigada na rua a
fechar bingo, a fechar bar. Hoje, eu encontrei uma senhora de 80 anos chorando:
“Brasinha, tiraram a minha diversão, tiraram a minha alegria”. Eu disse: “Olhe,
senhora, eu sei, só que nós não podemos fazer nada pela senhora”. Mas quero
pedir aos Vereadores para se unirem, e vamos trabalhar juntos! Obrigado,
senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Brasinha.
O
Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; nossa Bancada; o Líder, Ver. Adeli Sell;
nossa Vice-Líder, Margarete; Vereadores Oliboni, Guilherme, Zé Valdir, que está
assumindo hoje, Ver. Comassetto, demais colegas Vereadores e Vereadoras e
assistência deste Canal, eu tive de vir à tribuna porque a fala da Líder me
obrigou a vir aqui para fazer uma contestação, para fazer uma reação.
Eu
não vi, aqui, uma única fala contrária ao Projeto Integrado Socioambiental.
Absolutamente toda a Câmara votará a favor, nós só estamos fazendo o nosso
papel de levantar as críticas, levantar as dúvidas, polemizar e questionar, que
é o nosso dever. Nós não fomos eleitos, aqui, para dizer amém, aleluia, a tudo
o que acontece. Aliás, a nossa Bancada tem vários Pedidos de Informações, assim
como há várias denúncias e processos por entendimento de que a Administração
não se comporta dentro da lei.
Agora,
o que não podemos admitir aqui é uma manifestação típica da Líder do Governo,
de vir aqui e dizer que encontraram no Programa Socioambiental apenas papel! A
Líder do Governo ordinariamente tem-se desequilibrado e tem passado dos limites
aqui, tanto é que a sua Liderança sobre a Bancada do Governo inclusive é
questionada. Eu tenho que dizer isso, porque é inaceitável o que foi dito aqui!
Esse
Projeto tem investimento de cinco anos, dos melhores técnicos, não só do DMAE,
mas da Prefeitura de Porto Alegre; fizeram um Projeto exemplar, conseguiram, em
prazo recorde, obter na Fepam a licença prévia, construíram um Projeto
praticamente sem a necessidade de contratar serviços de terceiros, totalmente
com a energia, com a inteligência com o que foi desenvolvido. Assim, quero
corroborar com a manifestação do Ver. João Dib, do Ver. Sebenelo, que é um
Projeto da mais alta relevância para Porto Alegre, o maior Projeto da história
da nossa Cidade. Agora, dizer que o Projeto não andou e que era apenas papel...
isso não corresponde aos fatos, não corresponde à verdade e é um insulto
àqueles que trabalharam em tudo o que se construiu durante esses anos aqui na
Administração pelos técnicos da Prefeitura, pelo nosso trabalho! Inclusive, não
é verdadeiro afirmar que o BID suspendeu os financiamentos para Porto Alegre.
Eu participei da maior parte das audiências e das negociações com o BID, e o
que o BID queria fazer, muitas vezes, era impor os critérios da privatização ao
DMAE. Isso nunca foi aceito por nós! Eles queriam que se abrisse o capital.
Isso nunca foi aceito por nós! Nós deixamos bem claro que quem mandava em Porto
Alegre era o Prefeito e nós também, os Secretários e gestores, porque assim a
cidade de Porto Alegre escolhera, e ela não queria esse serviço privatizado, e
muito menos concedido ou de capital aberto para as ações privadas, como sempre
quiseram fazer.
O
Projeto desenvolvido teve, sim, um acúmulo de experiência, de qualidade e de
muito trabalho. Tanto é que a licença prévia foi obtida. Eu quero dizer, Ver.
Sebenelo, fraternalmente, que as modificações ocorridas no Projeto têm a
legitimidade de terem sido feitas pelo atual Governo, mas elas são um
retrocesso, porque aquilo que se tinha como uma concepção de tratamento de
esgoto, por meio de bacias de estabilização, voltou para sistemas mecanizados,
caros, com alta demanda de energia, com alta demanda de pessoal, e que atendeu,
sim, talvez ao interesse de alguns especuladores imobiliários lá da área, os
contrários ao Projeto.
Todas as modificações foram discutidas - e foram
mais de 50 Audiências Públicas na comunidade, com muitas pessoas, reuniões com
50, 100, 200, 300 pessoas. Não foram nem uma, nem duas; foram dezenas, e eu
participei de praticamente todas. Isso evoluiu, sim, para um Projeto belo,
grandioso, um Projeto que estava em negociação.
Portanto, se houve problemas de atrasar a
negociação com o BID, foi pelas trapalhadas que o atual Governo fez com a
negociação que tinha que ter mantido na relação com o Programa da 3ª
Perimetral, as trapalhadas que são sabidas, no desmonte das equipes de
desapropriação, num erro do cronograma do pari passu, do descumprimento
dos deveres. E a gente sabe muito bem o que aconteceu. Por isso é que o
Programa do BID retardou e foi suspenso: pelas trapalhadas do atual Governo.
E está aí o dia de quinta-feira para demonstrar o
que acontece na Cidade, o desgoverno, o descontrole, a falta de gestão, o
apagão do Governo; isso, sim, é a realidade que tem que ser dita aqui.
De outro lado, não faltará o apoio da nossa Bancada
ao Projeto. Agora, vamos continuar questionando, sim, porque os números
precisam estar mais claros, e nós precisamos conhecer em detalhe, porque vamos
fazer com que ele seja o melhor para a Cidade e o mais barato para o bolso de
todos os porto-alegrenses. Este é o nosso propósito. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa) Desiste.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Presidenta, nobres colegas, público que nos assiste, a nossa Sessão de hoje
está riquíssima em posicionamentos, em debates. Isso é bom para a nossa
democracia.
Eu vi o meu nobre colega, Ver. Brasinha, falar aqui sobre as
dificuldades da nossa Brigada Militar em poder atender à Segurança Pública do
Estado do Rio Grande do Sul. Colega Ver. Brasinha, há uma força-tarefa lá no
Rio de Janeiro, até hoje, com 80 soldados da Brigada Militar prestando serviço
no Rio de Janeiro. E, pelo que estou sabendo, aqueles soldados lá, Ver.
Brasinha, estão passando necessidades, altas necessidades, por falta de
repasse, que está à disposição no Ministério da Justiça. Parece que estão
passando necessidades de comida, inclusive. Acho que era de bom alvitre o nosso
Secretário de Segurança trazê-los de volta para o Rio Grande do Sul, para que
pudessem prestar o serviço tão necessário e preciso, aqui, no nosso Estado.
Mas
eu quero falar também sobre os pronunciamentos, as colocações fortes a respeito
do BID. Finalmente, estamos chegando ao final de uma novela, e, em nome do
Democratas, quero parabenizar o Governo Municipal por chegarmos, finalmente, a
um bom senso, a um consenso de buscarmos essa verba tão necessária para o nosso
Município.
Não
adianta dizermos aqui quem tem mais a ver com essa verba. Foi obrigação de
todas as Administrações buscar mais saúde, mais higiene, investimentos básicos
para a estrutura necessária da nossa Cidade. Não adianta dizermos que vamos limpar
o Guaíba, se a verba não vier.
Quero
dizer, aqui, que também não vamos aceitar colocações diametralmente opostas
àquilo que corresponde à verdade. O Governo Fogaça não pôde agilizar antes o
empréstimo devido ao endividamento em que se encontrava a Prefeitura -
estávamos com uma dívida oriunda das outras Administrações, inclusive da
Perimetral.
Mas,
felizmente, estamos conseguindo a verba; após três anos de Governo, após
buscarmos a nossa credibilidade. É um dos pontos a que sempre tenho me referido
sobre a Governança Prefeito Fogaça, altamente positivo, e que ele perseguiu dia
a dia, não aumentando os impostos do Município. Regrado à minha vontade, bom
seria que ele tivesse diminuído mais as despesas, porque a gestão pública que
hoje nós estamos vivendo no Brasil é uma gestão pública da União; em muitos
Estados da Federação é uma gestão pública de oba-oba; o povo que pague a conta,
aumentem-se os tributos! Porto Alegre não aumentou; bom seria se tivesse
diminuído. Muitos cargos de CCs, muitas Secretarias, em contraposição às
criações de cada vez mais Ministérios, mais Ministros, em troca de apoio para a
aprovação da carga tributária do Governo Federal.
Quero
parabenizar a Administração do nosso Prefeito Fogaça, nesse sentido, da
probidade administrativa de colocar o caixa em dia, e, novamente, buscar o que
há de mais importante nos dias de hoje, que é a credibilidade. A credibilidade
de Porto Alegre foi reconquistada. Parabéns, Fogaça!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero,
rapidamente, fazer uma intervenção para recuperar, aqui, a verdade deste
debate. Nós estamos discutindo, aqui - e eu discuti, com a maior seriedade -,
um Projeto de Lei do Executivo que trata do Projeto Socioambiental, que procura
atender a população de Porto Alegre numa das áreas mais carentes, que trata da
questão ambiental, que trata do saneamento, que trata da entrada da Cidade; e o
Projeto trata, especificamente, neste caso, da autorização de um empréstimo à
Prefeitura de Porto Alegre, que, dada a sua competência nessa gestão, recuperou
a possibilidade de negociação e recebimento de recursos externos para
investimento no Programa Socioambiental. Eu estou discutindo política, estou
discutindo conceito, estou discutindo investimentos para Porto Alegre.
O
Ver. Comassetto, de uma forma justa - é um direito dele - incorporou outros
debates que não se referiam absolutamente à questão do PISA, à questão do
Entrada da Cidade e ao Projeto que nós estamos discutindo. É um direito do
Vereador, mas é um direito meu, como Vereadora desta Casa, responder a essas
avaliações, porque elas são diferentes da minha. Eu não desqualifico o debate,
eu não agrido ninguém, eu não perco o controle com as pessoas; eu discuto
política, porque eu faço política, e faço política com veemência, porque eu
faço com paixão, porque eu acredito no que eu faço. Agora, um Vereador subir
nesta tribuna e dizer que este debate político é porque sou desequilibrada, é
porque quem disso cuida, disso usa. Então, realmente, quem se desequilibra, é
porque não tem essência política no seu conceito, e aí, realmente, pode fazer
isso.
Eu
fiz isso nesta tribuna, ainda bem que está gravado, filmado, fotografado,
certo?
Agora,
acho que é típico dos autoritários tentarem desqualificar o debate político. É
típico dos prepotentes tentarem desvirtuar um debate que é político, que é
conceitual, que é programático; enfim, os debates que são de qualificação, e
tentar personalizar, tentar desmistificar a política, como se ela fosse uma
questão desqualificada.
Agora,
eu não aceito que Vereador nenhum suba nesta tribuna para fazer agressões
pessoais, porque eu não faço agressão pessoal a nenhum Vereador. Mas isso é
usual nos prepotentes. As pessoas prepotentes têm dificuldade de debater
politicamente; então, elas tentam chamar as pessoas de adjetivos, desqualificar
os posicionamentos.
Agora,
toda vez que um Vereador subir nesta tribuna e mentir, toda vez que um Vereador
subir nesta tribuna e tentar despolitizar, toda vez que um Vereador subir nesta
tribuna e tentar colocar os interesses do seu mandato acima dos interesses de
Porto Alegre , terá resposta, sim. Mas uma resposta política!
Também
acho que, quando uma pessoa faz uma denúncia, tem que especificar os nomes,
porque, do contrário, fica parecendo uma fraude de debate. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Havendo quórum, passamos à
(A Verª Maria Celeste reassume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação o
Requerimento de autoria das Lideranças da Casa, para priorização de votação das
seguintes matérias constantes na Ordem do Dia: PR nº 071/07; PR nº 013/07 e PR
nº 060/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico:
Atas das 75ª e 76ª Sessões Ordinárias. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 5704/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 071/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o
troféu Honra ao Mérito à Associação Antônio Vieira - ASAV.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Nereu
D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do
Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da
LOM, em 17-10-07.
A SRA. PRESIDENTA (Maria
Celeste): Em discussão o PR nº 071/07 (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0015/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 013/07, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que concede o prêmio
artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Músico e Compositor Jean Paul Tyba (MC Jean
Paul).
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- CECE. Relatora
Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 17-10-07.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PR nº 013/07. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 3832/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 060/07, de autoria da Mesa Diretora, que institui o Troféu Ordem dos
Açorianos, a Comenda Porto do Sol e o Diploma Honra ao Mérito, premiações a
serem outorgadas pela Câmara Municipal de Porto Alegre, revoga legislação
pertinente à matéria e dá outras providências. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Verª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da
LOM, em 19-09-07;
- discutiram a matéria os Vereadores J.A.Dib,
Prof.Garcia, L.Braz, S.Melo, N.D’Avila e E.Guimarães, em 19-09-07;
- adiada a discussão por duas Sessões.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o
PR nº 060/07. (Pausa.) O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir o
PR nº 060/07, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson.
O SR. NEREU D’AVILA: Srª
Presidenta da Casa, Verª Maria Celeste; primeira Vice-Presidente, Verª
Maristela Meneghetti; segunda Vice-Presidente, Verª Neuza Canabarro; é uma satisfação
ter três mulheres cidadãs presidindo os nossos trabalhos nessa tarde. Quero
dizer que não sou Vereador de fazer palanque, nem de agradar platéias quando
aqui está lotado. Os Vereadores me conhecem. Portanto, quero saudar todos que
estão presentes, eu sei o motivo.
Venho à tribuna simplesmente para registrar, nos
Anais e na história, aquilo que é a realidade. Senão, daqui a 30 anos, quando
os nossos netos forem verificar o que ocorreu em outubro de 2007 na Câmara, não
terão algo que deve ser esclarecido, porque eu verifiquei que, com relação a
esta matéria que estamos fazendo a discussão, houve rumores de situações que não são de fato o que
ocorreu. O que ocorreu? No ano passado, a Mesa, presidida pelo ilustre Ver. Dr.
Goulart, junto com os demais componentes, nomeou, no fim do ano, uma Comissão
de outros - não menos ilustres - Vereadores, dentre os quais o Ver. Sebastião
Melo, Ver. Luiz Braz, eu não me recordo dos demais, a Verª Margarete Moraes -
querida Vereadora, amiga, ilustre, ex-Presidenta desta Casa - e mais algum
outro ilustre Vereador. Então, essa Comissão ofereceu uma alternativa para a
Mesa, presidida pelo Ver. Dr. Goulart, no fim do ano passado. Essa alternativa
era a revogação de todas as resoluções, que são em cerca de 50, ou mais de 50,
que traduziam os prêmios desta Casa - que, segundo o jornal Zero Hora de ontem,
seriam 65 prêmios, e ao longo de quatro anos multiplicava por 36, o que daria
quase 700 prêmios anuais.
Repito:
essa ilustre Comissão ofereceu um trabalho à Mesa do ano passado, no fim do
ano; como no fim do ano não se conseguiu vencer toda a Pauta, essa matéria não
foi enfrentada, aí, a Mesa presidida pela atual Presidente, Verª Maria Celeste,
levou à reunião, das segundas-feiras, da Mesa e Lideranças, essa questão. E
durante três ou quatro reuniões, intensamente, nós discutimos e enfrentamos a
situação e verificamos que, embora fosse boa a resolução que a Comissão
ofereceu, não foi por unanimidade. Então, este Vereador vendo que os demais não
apresentavam por escrito as suas idéias, apresentou o atual sistema que está
para votação hoje.
É
aí que eu quero clarear para a história: dos 36 Vereadores que hoje compõem
este nobre Plenário, talvez seja eu, é quase certo que seja, o único que
convivi com o Dr. Carlos Santos, com o ilustre e magnífico Deputado Carlos
Santos, da Assembléia Legislativa, porque sou funcionário aposentado da
Assembléia Legislativa. Convivi com S. Exa. e com outros demais Deputados.
Eu
imagino que, dos 36 Vereadores desta Casa, o que mais conviveu com ele,
inclusive quando ele foi Presidente da Casa, foi este Vereador. Então, uma das
resoluções que seria revogada - mas existe uma Emenda que nós vamos enfrentar
daqui a pouco - seria também extinguir, entre outros 64 prêmios, este Prêmio.
Só que este é um Prêmio especial, porque anualmente existe uma Semana da
Consciência Negra, tradicional. E é a Semana da Consciência Negra que outorga
este Prêmio. Ele não é outorgado nem pela instituição Câmara. E foram os
ilustres componentes do Movimento Negro, que integram essa Semana, que
descobriram que, entre as tantas resoluções que vão ser extintas se aprovado o
Projeto, também está o Prêmio Deputado Carlos Santos. E aí nos procuraram
atribuindo a este Vereador a responsabilidade de querer extinguir o Prêmio
Carlos Santos. E é por isso que eu estou na tribuna.
Eu
agradeço ao Ver. Claudio Sebenelo, que se inscreve e me cede seu tempo, porque
é necessário este esclarecimento de minha parte.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Ver. Nereu D’Avila, V. Exª já havia usado o espaço de
discussão, portanto não é possível usar um terceiro espaço. Já está sendo um
período cedido pelo Ver. Ervino Besson. Lamento.
O
SR. NEREU D’AVILA: Lamento
também. Agradeço novamente ao Ver. Claudio Sebenelo. Permita-me, Srª
Presidenta, mais um minuto ou dois, porque para mim é muito importante
esclarecer isto.
A
Comissão da Consciência Negra nos procurou e pediu esta Emenda, que hoje será
objeto de votação. E tenho certeza absoluta de que não é questão com o Deputado
Carlos Santos, como não era com o próprio Dr. Mário Rigatto, que dá nome a um
Prêmio e foi o precursor do antitabagismo – os médicos que estão aqui, Dr.
Raul, Dr. Claudio Sebenelo, Dr. Goulart sabem disso. Então, não é uma questão
do nome.
Quero
deixar claro, Ver. Wilton Araújo, que sempre tratou desse assunto, que foi uma
situação de Mesa do ano passado, que queria enxugar, tendo em vista os muitos
prêmios existentes. E aí colocou, através desta Comissão, a extinção das
resoluções, que também extinguia o Prêmio Carlos Santos. Esta é a verdade.
Repito:
esta questão veio da Mesa do ano passado! Eu não tinha nada a ver. Aliás, acho
que nenhum Vereador pode extinguir todas as resoluções. Comigo - a
extinção das resoluções - apenas apresentei um Substitutivo para consignar uma
nova modalidade de prêmios. E repito: logo eu que convivi e que tenho a maior
admiração pela família, inclusive sou amigo dos filhos - uma de suas netas nos
honra com sua presença - e com toda uma geração de admiradores de Carlos
Santos, seria o autor da extinção?
Venho à tribuna para deixar claro isso e agradeço
pela imensa tolerância e paciência, mas o Plenário compreende - é preciso
deixar claro.
O Prêmio Carlos Santos, evidentemente, será mantido
pela unanimidade deste Plenário, tenho certeza; esta, para mim, é matéria
superada. Só vim à tribuna para esclarecer, mas também acho que assim como o
Movimento da Consciência Negra descobriu que poderia ser feita uma tremenda
injustiça em relação ao magnânimo, ilustre e soberbo homem público Carlos
Santos, também estaremos, quem sabe, cometendo outras injustiças com outros
homens da estatura de um Mário Rigatto, de um Glaucus Saraiva ou de outros
grandes homens que formaram a história deste querido Estado. Muito obrigado,
Srª Presidenta, pela sua compreensão à minha explicação.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para discutir o PR nº 060/07, por cedência de
tempo do Ver. Nilo Santos.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho à
tribuna fazer um apelo à Casa porque a matéria objeto dos esforços traduzidos
na presente Resolução não está suficientemente madura, Ver. Haroldo de Souza.
Então, o que se propõe? No sentido de se manter o prêmio Carlos Santos, uma história
na Cidade, e também outros prêmios, que votemos contra a presente Resolução.
Façamos um esforço e poderemos examinar com a devida calma uma
recalibragem dos Prêmios existentes. Mas não me parece, Srª Presidenta e Srs.
Vereadores, inteligente, oportuno revogarmos os Prêmios e Troféus existentes,
embora no bojo da presente Resolução esteja uma Emenda ressalvando o Prêmio
Carlos Santos.
Então, a nossa proposta, Srs. Vereadoras e Sras.
Vereadoras, é no sentido de mantermos o conjunto dos Prêmios e votarmos contra
a presente Resolução, porque não está ainda suficientemente clara para todos a
questão da revogação deste e daquele Prêmio.
Então, fica aqui a nossa manifestação
exatamente para que, ali na frente, no ano que vem, reexaminem todos os
Prêmios, Ver. Haroldo de Souza, e façamos uma discussão com tranqüilidade,
Vereador, meu Líder, Dr. Goulart.
Então, a melhor saída, nas circunstâncias atuais,
para espancarmos qualquer dúvida, até diante da apreensão do Movimento Negro,
diante de todas essas questões colocadas, é que não se vote; mantenha-se o
statu quo ante representado pelos Prêmios, pelos Troféus existentes e,
evidentemente, o Carlos Santos, o Glaucus Saraiva, o Rigatto e poderíamos citar
vários nomes aqui.
Parece-me, Ver. Bernardino Vendruscolo, de boa
prudência, nas circunstancias atuais, pese o trabalho magnífico feito pela
Comissão que examinou os referidos Troféus e Prêmios, que a solução mais
tranqüila, mais pacífica seja exatamente a de votarmos contra a presente
Resolução mantendo o statu quo ante, mantendo a situação antes
construída pela Casa, porque essa questão de dizer que há muitos Troféus,
muitos Prêmios, o Vereador é que tem que ter os freios necessários para não
fazer um carnaval de prêmios.
Então, fica aqui o nosso apelo no sentido de
votarmos contra, Ver. Almerindo Filho, o presente Projeto de Resolução, porque,
ali na frente, teremos condições de reexaminar a matéria e definir essa
questão. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para discutir o PR nº 060/07, por cedência de tempo do
Ver. Claudio Sebenelo.
O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta Verª Maria
Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu
fiz parte da Comissão que, no ano passado, estudou uma reelaboração dos vários
Prêmios que temos aqui na Câmara Municipal que fazem com que, muitas vezes,
esta Casa receba críticas de todos os setores da sociedade com relação ao tempo
que nós ocupamos para fazer homenagens, deixando muitas vezes de discutir
assuntos importantes para a nossa Porto Alegre.
Por isso, um grupo de Vereadores se reuniu no ano
passado com o objetivo de fazer uma nova legislação, em que pudéssemos fazer
homenagens valorizando a Câmara Municipal, mas, ao mesmo tempo, que esse número
de homenagens pudesse ser diminuído. Chegamos à conclusão – aquele grupo – de
que o melhor seria nós não pessoalizarmos os prêmios, não darmos nomes aos
prêmios e assim não apenas o Carlos Santos - que é um nome que tem que ser
valorizado por todos nós Parlamentares e principalmente por nós que somos da
raça negra -, mas também Érico Veríssimo, também Mário Quintana e tantos outros
que foram retirados destas homenagens, destas pessoalidades que nós temos,
hoje, no nosso rol de premiações. Mas não porque esta Casa queria desmerecer
esta ou aquela personalidade. Eu acho que seria uma bobagem de qualquer um dos
Vereadores aqui desta Casa querer diminuir qualquer um desses grandes nomes,
desses grandes valores da nossa sociedade que nos ajudaram, realmente, a
enriquecer a nossa história, a história do Rio Grande do Sul. Mas foi uma
necessidade que esta Casa sentiu, num determinado momento, de fazer com que os
prêmios exprimissem mais a idéia da homenagem ligada à Câmara Municipal,
homenageando um determinado segmento assim, Ver. Wilton Araújo, e não, é claro,
para desmerecer. E como é que nós podíamos concordar em desmerecer um nome como
o de Carlos Santos? Então, por isso, se propôs um Projeto para esta Casa, para
que pudéssemos analisar isso.
Mas, afinal de contas, nós somos representantes
públicos, nós somos representantes do conjunto da sociedade. Nós temos de fazer
aqui aquilo que a sociedade quer que nós façamos. Não somos nós que ditamos
aquilo que a sociedade vai fazer; é a sociedade, Ver. João Antonio Dib, que
dita aquilo que nós devemos fazer!
E o Movimento Negro se organizou de uma forma
legítima. Eu quero cumprimentar todos aqueles que são integrantes do Movimento
Negro. Esse Movimento veio até a Câmara através de contatos pessoais, de
telegramas, da Internet, e comunicou aos Vereadores que o Movimento não
gostaria que o nome de Carlos Santos saísse das homenagens. Por isso esta Casa,
realmente, sentiu que precisava rediscutir aquele Projeto que nós tínhamos
estudado no ano passado, não para desmerecer alguém, mas para poder readequar
as premiações dadas aqui por esta Casa.
Mas
eu acredito, Ver. Professor Garcia, que se o pedido é esse, se essa é a vontade
da sociedade, principalmente do Movimento Negro, eu acho que, sem desmerecer os
outros nomes que vão ficar ausentes das premiações - porque as premiações vão
mais contemplar, é claro, a Câmara Municipal, homenageando segmentos da
sociedade -, acredito que devemos, realmente, fazer com que aquela Emenda, que
está aqui em votação, possa ser aprovada por unanimidade por todos nós, porque,
afinal de contas, fazemos aquilo que a sociedade quer. Mas o objetivo da
Comissão, assim como o objetivo dos Vereadores foi exatamente de fazer com esta
Casa pudesse trabalhar, usar mais o tempo trabalhando para discutir outros
assuntos da sociedade e ficasse menos no terreno das homenagens. Parabéns ao
Movimento Negro, ele é vitorioso aqui hoje porque, afinal de contas, essa
Emenda, acredito eu, será aprovada pela unanimidade dos Vereadores.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PR nº 060/07.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Querida
Presidenta, Verª Maria Celeste; Vereadoras, Vereadores, público que nos
prestigia neste momento e pessoas que nos assistem pelo Canal 16, com todo o
respeito quero discordar do Ver. Elói Guimarães, porque, desde que eu estou
nesta Casa - já faz quatro anos e meio, quase cinco -, eu ouço aqui na Casa,
leio na imprensa e ouço das pessoas que há excesso de premiações e de
homenagens nesta Casa. O Ver. Nereu falou em 700 homenagens por ano. Acho que
essa postura de termos feito crescer, de uma maneira desproporcional, o número
de premiações pasteuriza, vulgariza essa idéia. Nós queremos o contrário:
singularizar, valorizar de fato e de direito as pessoas que a gente pretende
homenagear, sempre ouvindo a sociedade de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul.
Queria
resgatar que o Ver. Dr. Goulart, quando foi Presidente, instituiu uma Comissão
formada pelo Ver. Luiz Braz, Ver. Sebastião Melo, Ver. Professor Garcia e por
mim, e, em conjunto com a Diretoria Legislativa, fizemos uma análise das
premiações e chegamos à conclusão de que havia 65 homenagens com nomes, mas que
essas homenagens entravam em choque entre si. Por exemplo: na área da
Literatura, Mário Quintana disputava com Erico Verissimo, e nós chegamos à
conclusão de que ambos eram importantes, que viveram em épocas diferenciadas,
que os dois deveriam ser homenageados. Ou, nas Artes Plásticas, Pedro
Weingartner e Iberê Camargo, bem mais distante o tempo de vida entre deles, mas
dois grandes gênios da pintura. Então, qual era o principal? Na área da Música,
tantos outros. Assim como disse muito bem o Ver. Luiz Braz, nós decidimos
retirar todos os nomes e colocar Prêmio Cultural Câmara Municipal de Porto
Alegre.
Ver.
Nereu D'Avila, dou-lhe um aparte. Peço que seja breve, mas é um prazer ouvi-lo.
O
Sr. Nereu D'Avila:
Brevíssimo. Já que V. Exª fez parte daquela ilustre Comissão, só para saber se
foi ao ensejo da Comissão a sugestão de extinção dessas resoluções ou a Mesa já
havia tomado essa decisão? Essa dúvida ainda me persiste. Gostaria que V. Exª
pudesse me esclarecer.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Na
época nós oferecemos um Projeto com 18 Prêmios de Cultura Câmara Municipal de Porto
Alegre. Eu acho que excepcionalizamos alguns casos com as mulheres, os negros,
e não me lembro mais.
O Sr. Nereu D'Avila: Isso geriu a
extinção das resoluções?
A Comissão também determinou que cada
Vereador pudesse dar quatro prêmios ao ano, com o Prêmio Cidadão de Porto
Alegre, sem aquela prerrogativa que havia da lei do mais forte, do mais
esperto, que chegava antes, ficava cinco dias na fila esperando e conseguia
pegar todos os prêmios da Casa.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Obrigada, Vereadora.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PR nº 060/07, por
cedência de tempo do Ver. Bernardino Vendruscolo.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste;
colegas Vereadores e colegas Vereadoras, o Presidente Goulart deu o start sobre essa matéria, entendendo a
Mesa, sob o seu comando, que era necessário criar um grupo de trabalho, Ver.
Bernardino, para analisar essa matéria. Deixando a presidência, e não instalado
esse grupo de trabalho, a Presidenta Celeste determina a instalação desse
grupo, do qual fiz parte. E, aí, Ver. Elói, eu quero dizer que este Projeto
tramita na Casa desde julho, portanto, eu acho que ele está maduro para ser
votado, porque teve tempo suficiente para análise. Há uma formação de juízo de
valor. Agora, eu quero dizer que eu estava analisando com a Diretoria
Legislativa que a forma anterior a esta que está vigendo, Ver. Adeli, perante
uma legislatura o Vereador poderia, Ver. Bernardino, propor até 20 prêmios, dos
mais variados. Nós estamos preservando, Verª Clênia Maranhão, para a
Legislatura, a possibilidade de colocar 11 premiações, portanto, eu não estou
diminuindo de 65 para três, eu estou diminuindo menos de 50% essa
possibilidade.
Em
terceiro lugar, há uma confusão generalizada, nós não estamos extinguindo aqui
o Dia das Mães, Dia do Italiano, dia disso, dia daquilo, nada disso está em
discussão, o que está em discussão aqui é outra coisa. Mas aí, Ver. Nereu
D'Avila, nós estamos acabando com uma coisa excepcional, que é acabar com a
fila da premiação. A televisão deveria vir nesta Câmara para fazer filmagem de
Vereador que quer diminuir imposto, que quer qualificar o serviço da Cidade,
mas não; mostra, como mostra na Assembléia Legislativa, uma fila para premiar.
Isso está acabando com essa Resolução, isso é altamente salutar!
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só gostaria de falar que V.
Exª fala no meu tempo, em razão de que V. Exª já tinha falado antes, e gostaria
de pedir para lembrar que a Bancada do PMDB assinou essa Emenda.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Muito
obrigado pelo tempo, Ver. Bernardino Vendruscolo. Então eu quero voltar ao
seguinte: qual é o fito maior deste Projeto, Ver. Dr. Goulart? É acabar com a
banalização da premiação. Que bom que a gente valoriza, que bom que quem receba
e que bom que quem conceda se sinta valorizado. Então, esse é o fito,
Presidenta, não é outro, pelo contrário, nós estamos, na minha avaliação, dando
um passo extraordinário e significativo ao aprovar esta matéria. E aí eu acho
que a Verª Margarete Moraes foi de uma felicidade excepcional, aliás, ela é
brilhante sempre.
Gostaria
de dizer o seguinte: a coisa mais fácil que tem na política é jogar para a
platéia, é fazer discurso “quero-quero”. Nós, da Bancada do PMDB, especialmente
este Vereador, sempre tivemos uma posição muito firme nesta Casa pela defesa da
negritude, da consciência negra. Agora, cá para nós, “nós analisamos a floresta
e não analisamos a árvore”. Porque, aqui, eu podia, por exemplo, Ver. Nereu,
dizer que há um prêmio chamado “Prêmio Leonel Brizola”, que foi para mim um dos
maiores políticos do Brasil e do Rio Grande, que está sendo cortado em nome de
uma causa maior, em nome da Câmara Municipal. Então, não vamos misturar “alhos
com bugalhos”. Ninguém, nesta Casa, traçou uma direção de que deveria extinguir
o Troféu Carlos Santos, pelo contrário; nós analisamos o conjunto de um
processo pelo qual se passou, sim, por uma análise, foi distribuído, todos
receberam, e cada um vai formar o seu juízo de valor. Acho que o Projeto tem
mérito. Acho que corrigimos, quando se tratou do nome Troféu Açorianos, porque
seria dar destaque apenas à homenagem aos portugueses e se passou para Porto
Alegre. Então, se foi um avanço, conquistou-se por unanimidade a Emenda que
preserva o Troféu Carlos Santos. Então é um avanço.
Logo,
eu tenho o entendimento de que nós estamos prontos para votar. Mas sou daqueles
que acha que discussão nunca faz mal. Portanto, se há algum colega Vereador que
entende que se tenha que discutir mais, pois bem, que se vote amanhã, que se
vote daqui a uma semana.
Há
uma outra coisa que tem que se dizer, Presidenta: aprovando esta matéria, ela
só vai valer, Ver. Haroldo, para 1º de janeiro de 2008. Preserva-se tudo que
está em andamento nos Projetos que já estão tramitando, propostos pelos demais
Vereadores. Não haverá prejudicialidade para as propostas em andamento, porque
isto diz respeito a partir do dia 1º de janeiro de 2008. Portanto acho que sem
dúvida alguma é um avanço, razão pela qual a nossa Bancada até pode não ter
unidade sobre a matéria, portanto não estou falando em nome da Bancada, estou
falando da minha posição pessoal, mas não apenas por ter feito parte da
Comissão de trabalho, mas acho que é um avanço extraordinário para a nossa
cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ADELI SELL: Verª
Maria Celeste, Mui Digna Presidenta; colegas Vereadores e Vereadoras; cidadãos
e cidadãs de Porto Alegre. Vamos esclarecer o que tem que ser esclarecido.
Fazer homenagens pode ser algo extremamente importante. Fazer uma Sessão Solene
é importante, dar um título também, mas para defender uma causa tem que ter
prática cotidiana, 365 dias por ano. A nossa Bancada, a Bancada do Partido dos
Trabalhadores, acha, sustenta aqui, em qualquer lugar, que os títulos da Câmara
de Porto Alegre caíram numa profunda banalização. No entanto, nós sabemos da
importância da Semana da Consciência Negra. Tempos atrás, quando ainda não
havia essa determinação na Casa, eu cedi um espaço de Sessão Solene para o dia
20 de novembro. Eu e meus colegas do PT temos história de luta democrática
contra a ditadura anti-racial e assinamos a Emenda, mas nós estamos aqui para
votar contra o número excessivo, exorbitante de títulos que se banalizaram. Nós
temos condições, pelos nossos Gabinetes, de usar, uma vez por ano, este local e
podermos fazer um grande evento do assunto que nós acharmos importante; nós
temos direito, Brasinha, de fazer eventos no Salão Glênio Peres, aqui ao lado,
que, por um longo tempo passou fechado apesar das reformas e dos avanços,
quando a Verª Margarete Moraes era a Presidenta da Casa; nós podemos usar o Plenário
Ana Terra, seu nome é uma homenagem às mulheres guerreiras do Rio Grande do
Sul. Nós não vamos fazer discurso para a platéia, nós temos compromisso com o
povo, esteja o povo no plenário ou no fim da vila, no morro. Portanto é
inaceitável o que nós temos visto de algumas pessoas nos últimos dias,
inclusive dentro deste plenário, nas reuniões da Mesa, “jogando para a
platéia”, fazendo demagogia como se fossem os campeões da defesa de uma causa.
Vamos ver quem tem defesa! Vamos ver quem tem militância! Vamos ver quem está
cotidianamente ao lado dos pobres, contra a exclusão social, contra o racismo!
Nós estamos aqui para declarar isso, de forma tranqüila, serena, mas
determinada.
O
Sr. Alceu Brasinha: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli, quero dizer
a V. Exª que também estou muito satisfeito com este Projeto, porque vai
enxugar... Nós vamos parar de levar o ônus lá na rua que dizem que a Câmara só
faz homenagem. Isso é muito bom para nós, não é, Vereador? Então quero que seja
aprovado e seja cortada essa montoeira de homenagens. E que conservem o nosso
Prêmio Carlos Santos. É isso que eu quero.
Então, Vereador, quero dizer a V. Exª que, lá na
rua, vai repercutir. Porque eles estão acostumados a dizer que os Vereadores só
votam nome de rua e só fazem homenagens. Agora, sim, vamos cortar mais de 300
homenagens. Isso é muito importante.
O SR. ADELI SELL: Eu, quando fui Secretário,
atendi a todas as demandas da comunidade. Inclusive fiz evento dentro do
Mercado Público, que hoje muitas vezes o quadrante quatro está desocupado, e
fiz um evento de artesãs negras. Fiz outros eventos em pleno Largo Zumbi dos
Palmares. Abri espaço permanente nas feiras para os portadores de deficiências,
para os negros, para os índios. Não me venham com demagogia aqui de que tem
gente que defenda mais uma causa! Se alguém quiser fazer uma homenagem para os
italianos, faça! Nós temos Sessões que não acabaram, como o Dia das Mães, como
são outras solenidades que não têm nada a ver com os títulos! Não basta dar um
papel aqui e dizer que está ao lado de uma causa. É preciso ter coerência, é
preciso ter luta, determinação o ano inteiro e não “jogar apenas para a
platéia”! Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Zé Valdir
está com a palavra para discutir o PR nº 060/07.
O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidenta, Verª Maria
Celeste; demais Vereadores e Vereadoras, um fenômeno que se observa hoje no
mundo inteiro, não só no Brasil, é o da judicialização da política. Isso tem a ver
com a crise, em todo o mundo, da democracia representativa. Agora mesmo, o
Judiciário legisla matéria que deveria passar pelo Parlamento. Isso tem a ver
com a distorção, com o esvaziamento dos Parlamentos daquilo que muitas vezes é
a sua principalidade, e, como em política não existe vácuo, alguém ocupa. O
Judiciário hoje, no mundo inteiro começa a ocupar espaços e muitas vezes a
funcionar como Legislativo.
Aqui, na Câmara de Vereadores, eu
sempre achei que havia uma distorção muito grande sobre essa questão de títulos
e homenagens. A grande realidade é que existe um excesso de títulos e
homenagens, e esse excesso foi, cada vez mais, sendo acumulado, a cada ano, com
novos títulos. E isso tem conseqüências muito sérias sobre a distorção do
Parlamento. Uma conseqüência que já falaram aqui é a própria contradição, a
banalização do título, que acaba tendo um efeito contrário, um efeito
contraditório, é como a desvalorização da moeda: quem recebe o título já o
recebe desvalorizado pelo excesso, pela banalização dos títulos aqui na Câmara.
Outra conseqüência é justamente o
desvio da principalidade da Câmara de Vereadores, que, convenhamos, o seu papel
principal não é tratar de títulos e homenagens, isso deveria ser alguma coisa
secundária em relação ao papel principal do Parlamento, dos Vereadores.
A terceira conseqüência é que, claro, o
povo que acompanha, mesmo que acompanhe pouco o Legislativo, percebe esse
desvio que a cada ano se torna maior, e isso também é motivo de cada vez mais
descrença no Parlamento.
Existe uma quarta conseqüência que é o
personalismo, porque esses títulos foram construídos em cima de personagens, de
personalidades. Então o que acontece? Acaba ocorrendo superposição, muitas
vezes, de pessoas que são homenageadas atuando na mesma área, ou até
injustiças, porque alguns são reconhecidos, outros não, ao criar os títulos.
Por
último, uma outra conseqüência - que é a lei da selva - que se estabelece aqui
a disputa pelos títulos, a disputa para ver quem apresenta os títulos, quem
homenageia quem, é uma verdadeira gincana que ocorre muitas vezes para
registrar os títulos, dentro dos tempos que o Regimento impõe. Isso é uma
distorção ainda mais grave. Toda essa situação de distorção cria um desvio que
também atinge o nível administrativo, porque o excesso de títulos é também um
fator de desperdício muitas vezes do dinheiro público, se gasta mais o tempo do
funcionário, mais papel e recursos que deveriam estar canalizados para aquilo
que é atividade precípua do Parlamento, que é legislar – falo isso em homenagem
ao Ver. João Antonio Dib – e fiscalizar o Executivo.
Então,
eu acho que é em boa hora que a Câmara de Vereadores - espero que seja aprovada
a Resolução, com todas as Emendas que a aprimoram – revê essa distorção, e até
já é uma iniciativa tardia, já deveria ter sido feito há muito tempo, porque
isso está desgastando, está enfraquecendo o Legislativo, e é um fator ainda
mais de desconfiança da sociedade em relação aos seus representantes.
Portanto,
eu acho que está na hora - se não hoje, mas o mais rapidamente possível - de
nós votarmos essa Resolução, fazermos o enxugamento, respeitando as exceções
que estão sendo colocadas, como a exceção, que deve ser acolhida, de homenagem
ao Deputado Carlos Santos, primeiro Deputado negro da história do Rio Grande do
Sul. Então, fazendo essas correções, nós temos que, imediatamente, aprovar este
Projeto. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PR n° 060/07.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, queria saudar e falar
da alegria de recebermos, na tarde de hoje, tantas lideranças do Movimento
Negro da nossa Cidade - lideranças do nosso carnaval, lideranças religiosas -
que acompanham este debate. Para que as pessoas que estão nos acompanhando pelo
Canal 16 possam entender o que nós estamos discutindo, eu queria dizer que nós
estamos discutindo um Projeto de Resolução que procura readequar uma realidade
da nossa Câmara, que eu acho que é necessária que seja urgentemente restaurada
e recuperada. Como esse Projeto é da Mesa Diretora, eu falo, aqui, como
Vereadora, em nome do meu mandato, uma posição da Verª Clênia Maranhão.
Nós
estamos aqui produzindo uma lei que procura reduzir um excesso de premiações
que existe hoje na Casa, premiações que foram se acumulando ao longo dos anos,
e que tem, na minha avaliação, desvirtuado o trabalho no nosso Parlamento.
Porque
o fundamental, na nossa atividade parlamentar, é a representação da Cidade, é a
votação dos projetos, é a fiscalização, é a discussão do Orçamento, é a
construção de leis para homens e mulheres do nosso Município, as Sessões
Ordinárias. Hoje, são tantas Sessões Extraordinárias que, muitas vezes,
atrapalham o próprio trabalho parlamentar da Casa.
Nós
temos uma responsabilidade com a população de Porto Alegre, nós temos de
cumprir a nossa prioridade. Acho que há um consenso não apenas entre nós,
Vereadores e Vereadoras, mas há uma avaliação da sociedade apontando para essa
debilidade, esse erro do nosso Parlamento.
Nós
temos muitos méritos: antecipamo-nos na transparência, na moralização; nós não
recebemos jetom; não somos como outros Parlamentos que estão envolvidos em
escândalos; temos ótimas atividades e ótimas posições de gestão na nossa Casa.
Mas uma das coisas que nos fragiliza, que, na minha avaliação, está
absolutamente errada, é essa história de a gente ficar dando prêmio, prêmio,
prêmio durante todos os dias. Há alguns dias que têm quatro Sessões de entrega
de prêmio. Essa é uma questão. Eu acho que estamos, aqui, em sintonia com as
aspirações da sociedade, e ainda bem que cobram posições de responsabilidade de
seus Parlamentares.
Há
15 anos, quando cheguei nesta Casa, subi nesta tribuna e fiz essa mesma
avaliação que estou fazendo hoje; há um excesso de prêmios neste Parlamento. Eu
recordo que um chargista fez uma charge minha cercada de papel, como se eu
estivesse sendo soterrada pelos prêmios.
Portanto,
Srª Presidenta, acho muito importante que possamos, na tarde de hoje, enfim
votarmos uma lei, uma decisão, tomada coletivamente, para redução dos nossos
prêmios. E quero dizer, por outro lado, que nessa Resolução, que exclui 54
Resoluções, nós fizemos isso em bloco, e houve, como conseqüência dessa decisão
em bloco, uma avaliação, com a qual concordo, das entidades do Movimento Negro
da nossa Cidade, que reivindica a manutenção do Prêmio Deputado Carlos Santos.
Nós, os Vereadores, tivemos a oportunidade de ouvir importantes e emocionantes
depoimentos, numa reunião legítima de pressão política que fez o Movimento
Negro em relação à Mesa Diretora e aos Líderes.
Recordo-me
de uma intervenção em que um representante da Comissão desta Casa, que trata da
Semana da Consciência Negra, dizia que era fundamental o resgate da memória, da
contribuição que os afro-descendentes deram ao nosso Município, e que o Prêmio
Carlos Santos era uma expressão desse espaço, ainda tão pequeno, que os negros
têm conseguido no mundo político, e que o Movimento Negro interpretava essa
retirada como uma violência a essa conquista.
Eu
acho que a síntese desse pensamento fez com que os Vereadores - hoje, são 36
Vereadores -, depois de muitas discussões, protocolassem uma Emenda que retira
dessa Resolução o Prêmio Carlos Santos. Eu fiz questão de defender isso e fiz
questão que essa Emenda fosse construída pelo conjunto dos Vereadores. Isso já
havia sido discutido e apresentado pela Presidente da Câmara, inclusive também
pelo Ver. Nereu D’Avila, que já havia colocado isso nessa primeira reunião,
porque ele era o autor do Substitutivo desse Projeto.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Presidenta, M.D. Verª Maria Celeste; Exmos colegas Vereadores,
público que nos assiste, acompanhamos o desenrolar da construção desta
proposta. No dia 19 de setembro, quando usamos esta tribuna, colocávamos a
nossa preocupação a respeito da eliminação dos Prêmios que esta Casa até hoje
estava concedendo a figuras ilustres, a cidadãos ilustres da nossa Cidade, do
nosso Estado e do nosso Brasil.
Quero trazer um contraponto ao que foi colocado até
agora, aqui, neste momento, procurando trazer mais como um alerta, um
posicionamento.
Não há dúvida de que nos posicionamos, assinamos a
petição da Emenda que resguarda o Prêmio Carlos Santos, mas também temos que
saber que temos diversos outros cidadãos porto-alegrenses que também são,
digamos, abençoados com Prêmios notórios que a Cidade lhes concede. Muitos
também receberam esses Prêmios ao longo da história da Câmara Municipal de
Porto Alegre. Sabemos da preocupação que nós temos de que deveremos reduzir o
número de Sessões anualmente realizadas na nossa Câmara de Vereadores.
O que quero trazer em consideração já foi muito
dito aqui: Érico Veríssimo, Lutzenberger; podemos trazer inúmeros e inúmeros
cidadãos com nomes de Prêmios, merecedores do mesmo afeto que nós temos, com o
carinho que merece o reconhecimento de Carlos Santos. Penso que nós poderíamos resolver, como
sugestão ao nosso Plenário, diminuindo o número de Sessões a cada Vereador
desta Casa, levando-os ao mesmo número de Sessões que está proposto neste
Projeto de Resolução, porém, mantendo todos os Prêmios que até hoje foram
aprovados pelo Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Logicamente
que cada Vereador vai escolher aquele Prêmio que ele acha que tem que conceder
à população de Porto Alegre, àqueles que merecem, porque vamos raciocinar o
seguinte: cinco anos atrás foi ganho um Prêmio em nome de Érico Veríssimo - ou
de Carlos Santos, que seja -, e esse Prêmio vai deixar de existir. Essa
autoridade, esse cidadão benemérito, detentor desse Prêmio, vai entrar no
esquecimento da história de Porto Alegre, e também aqueles que receberam esse
Prêmio, merecedores da biografia desse Prêmio, que hoje detêm esse Prêmio.
Também será um Prêmio que ficará afetivamente diminuído perante os demais de
Porto Alegre.
Portanto,
eu trago estas considerações, dizendo que não só o de Carlos Santos, mas
devemos preservar todos os Prêmios e reduzirmos o número de concessões de
Vereador a Vereador, e também da Mesa Diretora desta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir o PR n° 060/07.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Srª
Presidenta, Vereadores e Vereadoras, está nos faltando, Luiz Braz, um bingo -
não é mesmo? -, para a gente se divertir um pouquinho. Fecharam os bingos,
aumentaram o desemprego. Fecha um, abre outro ali na frente, que horror!
Ninguém entende ninguém. Um pode funcionar, outro não pode...
A
política, eu tenho tanta coisa assim... Eu estou passando por um período xarope
de ontem para hoje, quando fiquei sabendo que havia alguém dizendo por aí que a
Bancada - eu vou pegar só o meu nome, no caso -, que o Haroldo é contra a raça
negra.
E
eu vou, então, ser bem demagógico, porque toda essa discussão que está
acontecendo aqui não havia necessidade de estar acontecendo. Havia? Não! Com
certeza, não. Mas como tem que se fazer o plenário, tem que se fazer a tribuna,
tem que falar, tem que discursar, então vou entrar no ritmo.
O
meu pai tinha dois quilos e meio de beiço em baixo e um quilo em cima.
Crioulão, mesmo. Como é que eu vou ser contra a minha raça? Não, de jeito
nenhum. Então, esse papo de que alguém é contra... Quando eu vi este Projeto,
eu pensei, sim, no Glênio Peres, amigo de cachaça. Que saudade dele, de tomar
uma “purinha” de novo! Cabeça boa, bonita! Tem uma homenagem para ele aqui.
Leonel de Moura Brizola, meu Deus do céu! Lupicínio, Dr. Mário Rigatto, Mário
Quintana, Maurício Sirotsky Sobrinho, que era proprietário da Zero Hora, jornal
que mais fiscaliza a Câmara - e tem que fiscalizar, mesmo -, mas fiscaliza
legal, porque esse negócio de querer pegar no pé não leva a lugar nenhum. Eu
sou jornalista, mas daí sai o troféu Maurício Sirotsky Sobrinho, Zaida Jarros.
Então, todos esses nomes serão atingidos.
Mas
quando é que surgiu a discussão? Quando se fez a Emenda a respeito do Troféu
Deputado Carlos Santos. É uma raça que está sendo respeitada. Agora, se tem que
votar e fazer, nós somos eleitos para decidir. A imprensa diz, e nós
concordamos, que tem muita homenagem na Casa. Não tivemos a competência de
pegar todas as 70, 80, 100, 120 e escalonar uma a cada dois anos, outra a cada
cinco anos, outra a cada 10 anos, sei lá. Mas está-se mantendo o Cidadão de
Porto Alegre e está-se criando o Troféu Câmara Municipal, Comenda Porto do Sol
e Diploma Honra ao Mérito. Então, vota-se o Projeto. Evidentemente que vou
votar o Projeto, porque eu sempre fui um dos que bate aqui que a gente só fica
fazendo homenagem. Quantas vezes eu disse isso? Então, eu não posso cair em
contradição.
Agora,
estou aqui simplesmente para dizer para aqueles que fazem política dessa
maneira, companheiros do círculo, que saem ali na frente e dizem: “O Haroldo é
contra vocês, é contra a raça.” Mas que coisa mais “xarope”, que coisa mais
infantil, que jeito mais sujo de fazer política! Não é assim que se faz. Eu,
pelo menos, não sou assim. Porque se vocês soltam um estopim lá na ponta: “O
Haroldo, ou o Sebenelo, ou Luiz Braz é contra vocês” para um determinado grupo,
aquele grupo sai falando que nós... Mas, "peraí", o que vale é ali. Essa
história de andar correndo atrás para “assina aqui”... Não, eu não preciso
assinar nada para manter o meu voto ali. Ali é o lugar de votar. Ao contrário
do que se pensa em Brasília, um Parlamentar nosso, aqui da Casa,
ou um Deputado Federal, que o voto tem que ser secreto; não, tem que ser
aberto! Ali! Esse negócio de estar assinando, não. E por falar em assinar,
alguém disse aqui, e quero dizer também: um nobre Vereador andou correndo por
aí com o termo de compromisso, um troço parecido assim: “Me comprometo a
votar”... Vocês estão ficando doidos? Isso é loucura! Como é que um Vereador
faz um termo, tira 35 cópias, mais uma para ele, e começa a distribuir para o
cara se comprometer com o voto naquilo que ele está querendo fazer? Isso não
existe! Por favor, vamos ser mais práticos.
A todos vocês que aqui se encontram - e a maioria
sabe para quem estou falando -, a certeza de que o que eu disse lá eu disse
aqui, e o que eu disse aqui, eu digo na rádio, onde, com muito orgulho, também
sou jornalista e sou de comunicação. Vou votar a favor do Projeto? É evidente.
Não tenho nenhuma dúvida de que vou votar a favor da manutenção do Troféu
Deputado Carlos Santos, porque não é uma homenagem personalizada; é uma
homenagem para uma raça, da qual eu tenho muito orgulho.
E vai mais um pouco de demagogia, já que todo o
mundo gosta: a minha santa protetora é uma “neguinha”, Nossa Senhora Aparecida,
gente finíssima.
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, não sei se ouvi bem. V. Exª
falou que um Vereador mandou um documento para compromisso dos outros
Vereadores?
O SR. HAROLDO DE SOUZA: É mais ou
menos isso.
O Sr. Nereu D’Avila: Só para deixar
claro, porque estou por dentro: na realidade eu também me horrorizei com o
documento, mas não foi um Vereador; foi um Sindicato, e que já veio pedir
desculpas, e provavelmente vai chegar às mãos de V. Exª, por escrito, as
desculpas.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Muito obrigado
por este esclarecimento, então. Era isso que eu tinha a dizer para vocês. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir o PR nº 060/07.
Dessa
forma como está sendo apresentado, eu fiz aqui as contas, durante uma
Legislatura, cada um de nós poderá oferecer até 19 homenagens com o Projeto
apresentado: o da Câmara Municipal de Porto Alegre, que é um; a Comenda Porto
do Sol – que são dois por cada Legislatura - , a Honra ao Mérito, que são
quatro; Cidadão de Porto Alegre, junto com o Cidadão Emérito - que poderão ser
quatro; e mais os períodos de Comunicação, nos quais poderemos fazer homenagens
também. Portanto, 19 durante uma Legislatura - isso significa 4,8 por ano. Está
numa boa medida.
E ressalvo, aqui, a discussão que o Movimento Negro
trouxe - e não poderia ser diferente - no resgate do pioneiro das lutas negras
na política gaúcha que foi o Carlos Santos. Todos nós sabemos aqui que o Carlos
Santos escreveu a história do Rio Grande do Sul no Parlamento do Rio Grande do
Sul, como primeiro Parlamentar negro que assumiu o Legislativo Gaúcho, chegando
à Presidência daquela Casa, tendo a oportunidade de conduzir a presidência da
Assembléia Legislativa justamente quando foi erguido o Palácio da Assembléia Legislativa
- sob a sua condução foi aprovado e foi feita a inauguração. Portanto, esse
prêmio que não é dado por um Vereador, mas pela Comissão Coordenadora da Semana
da Consciência Negra faz a correção e acordado aqui por todos os Vereadores
desta Casa e por todos os Partidos que nós possamos equilibrar e fazer com que
a imagem do Legislativo Municipal seja qualificada, pelo menos no seio da
sociedade que não recebe todas as informações do que é reproduzido nesta Casa.
Quero cumprimentar a Mesa Diretora e toda a
Comissão que trabalhou nessa elaboração, bem como a Comissão da Semana da
Consciência Negra que fez a discussão, trouxe ao debate e, com a concordância
dos Partidos, está garantido que Carlos Santos seja mantido como um Prêmio,
como um pioneiro negro na política gaúcha. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver.
Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PR nº 060/07.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Verª Neuza
Canabarro, presidindo a Sessão; colegas Vereadoras e Vereadores, demais pessoas
que nos acompanham, eu estou completando dez anos nesta Câmara Municipal, para
minha honra, e apenas apresentei um título de Cidadão para o Armando Fraga da
Rocha, a pedido. Nenhum troféu apresentei e não me sinto Vereador de menor
qualidade; quer dizer, também não sou superior a ninguém, mas de menor
qualidade que os outros e acho que os eleitores não me menosprezam por isso.
Mas eu acho importante que haja homenagens, sim. Agora, é impossível que esta
Câmara de Vereadores seja respeitada ao ter 65 tipos diferentes de Prêmios.
Isso significa que esses prêmios não têm valor! À medida que se prolifera o
prêmio, cada um deles diminui de valor, diminui de importância, banaliza o
prêmio.
Portanto, o que se apresenta, neste momento, é um
novo critério, uma nova forma de valorizar as pessoas, deixando de lado nomes e
atividades e passando a ter enquadramento. Propõe-se que o mais importante
deles seja o Troféu - inicialmente, o nome era Ordem dos Açorianos - que passa
a ser Troféu Câmara Municipal de Porto Alegre, um dos Poderes do Município de
Porto Alegre, em que este plenário de 36 Vereadores globaliza a população de
Porto Alegre! O segundo prêmio é o da Comenda Porto do Sol - um belíssimo nome,
eu acho. E por último, o Diploma Honra ao Mérito. Eu não entendo como nós temos
três títulos na área literária: Érico Veríssimo, Mário Quintana e Glaucus
Saraiva. Como explicar três grandes figuras das nossas Letras? Alguém pode
dizer: “Não, mas o Mário Quintana é um poeta e o Érico Veríssimo é de outra
área da literatura, do conto”. Mas, e o Glaucus Saraiva? Então, não tem sentido
isso! Eu quero dizer que eu não estava, eu não participei da discussão no
âmbito de nenhuma das Comissões, mas eu gostei muito da proposta, porque é um
novo critério de premiar. Já foi destacado aqui, eu também acho um horror o
fato de que pessoas precisem ser rápidas, ser ligeiras para conseguir
apresentar o prêmio, madrugando no dia 1º de janeiro, ou antes disso, ficar um
assessor na fila, ali, no dia de feriado, para conseguir dar prêmio! Mas, por
favor! É uma prática da Fórmula-1 ver quem é mais rápido, quem é mais vivo? Não
pode ser assim!
E, por último, acho que permanece, porque é uma
luta, simboliza uma luta e
me parece que também serão 36 votos a favor, pelo menos de todos que estiverem
no Plenário, mantendo Carlos Santos, porque significa uma referência de luta,
de movimento, de recuperação daquilo que a sociedade brasileira fez aos negros.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu estimado colega Ver.
Guilherme, V. Exª generalizou, disse que há Vereadores que ficam, de fato, um
dia, uma noite e até mais na fila para conceder um prêmio, mas gostaria que V.
Exª, se soubesse o nome, dissesse aqui, para nós não sermos envolvidos nessa
situação toda.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Não
se trata de dedurar alguém, porque essa é a regra hoje, Ver. Ervino Besson. Eu
não estou criticando um Vereador, estou criticando o processo, exatamente o
processo que obriga os Vereadores que tem uma pessoa importante para homenagear
a fazerem isso. O próprio Ver. Comassetto disse que, para homenagear Paixão
Cortes, seu assessor teve de ficar na fila, na madrugada do dia 1º de janeiro.
Então, não estou aqui fazendo a crítica direta ao Parlamentar; estou, sim,
criticando o processo, isso que nós conseguimos construir. Então é o momento de
a gente refazer um outro processo, um outro critério que eu gostei muito e acho
que devemos aprovar. Muito obrigado, Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PR nº 060/07, por
cedência de tempo do Ver. Valdir Caetano.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero agradecer ao
Ver. Valdir Caetano por ter cedido seu tempo, porque na outra oportunidade eu
já havia discutido esse Projeto. Naquela oportunidade, eu disse que nós fizemos
parte de uma Comissão, a Verª Margarete Moraes, Ver. Luiz Braz, Ver. Sebastião
Melo e este Vereador, e durante toda época do recesso ficamos trabalhando para
fazer o enxugamento do número de distinções, premiações e troféus aqui na Casa.
E uma das coisas que me preocupa, já disse isso e vou dizer novamente, e que me
é muito grata, é a questão da tradição. Por exemplo, este Vereador tem uma
ligação forte com a Educação e eu sempre procuro entregar, a cada ano, o prêmio
Theresa Noronha, que, queiramos ou não,
serve de referencial para a Cidade como um prêmio educacional. Teremos
que criar uma nova cultura nesse formato. Agora, há um consenso, e todos os
Vereadores sabem, que o número de Prêmios aqui na Casa é alto. Quero
parabenizar o Movimento Negro, porque soube se mobilizar, e isso é importante.
Por exemplo, esta semana recebi uma questão do Conselho Municipal dos Direitos
da Mulher, que está preocupado, também, com o Prêmio Mulher em Ação, entregue
no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher - de autoria deste Vereador e do
Dr. Goulart. São distinções das quais a Câmara Municipal não participa, ou
seja, os Vereadores não dão a premiação, como é o caso do Troféu Deputado
Carlos Santos, que faz parte da Semana da Consciência Negra aqui na Casa. Todos
nós sabemos que o dia 20 de novembro está destinado para a questão do
Movimento, porque já se criou uma tradição. Então, na realidade, nós temos que
criar novos parâmetros.
Essas
homenagens como a Ordem dos Açorianos e a Comenda Porto do Sol são genéricas,
como a de Mário Rigatto, em que não há um envolvimento do Vereador por ser uma
distinção da área da Saúde.
Nós
já tivemos o cuidado, em outra Legislatura, de diminuir o número de homenagens,
porque ninguém pode sair dando 65 Prêmios ao ano. Então, este Vereador, de
forma fraterna, entende que nós vamos perder alguma coisa na tradição, mas
vamos ganhar em qualidade, porque vamos trabalhar com um número menor e
criaremos um novo conceito. Eu estava dizendo ao Ver. Guilherme Barbosa, que,
talvez, o Título Cidadão Emérito de Porto Alegre não precisasse ser dado todos
os anos, porque é um Título de maior validade, peso e densidade.
Tenho
a certeza de que diminuir de 65 Prêmios para três ficará de bom tamanho. Quanto
ao Troféu Deputado Carlos Santos, não tenho nenhuma dúvida de que será aprovado
por unanimidade.
Então,
acho que esta Casa dá um salto de qualidade quando consegue, após inúmeras e
inúmeras discussões, colocar um ponto final nesse segmento. Ou seja, vamos
partir para uma aprovação de três Prêmios. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Obrigada, Ver. Garcia. O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PR nº
060/07.
O SR. DR. RAUL: Srª Presidente, Maria Celeste;
Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste neste plenário e pela TVCâmara,
eu venho externar a minha opinião. Realmente, a Casa tem excesso de prêmios, de
homenagens, mas nós não podemos tirar a autenticidade, o trabalho, o nome das
pessoas que realmente dizem a uma comunidade inteira, a um trabalho inteiro,
como o de Carlos Santos e o Mário Rigatto, que representam não a si próprios,
mas toda uma tradição, todo um trabalho. Então, eu acredito que nós devemos,
realmente, diminuir o número dessas homenagens. Mas, só para dar um exemplo, na
área da Saúde, um Vereador pode dar um prêmio, na área da Saúde, Mário Rigatto,
ou Rubens Maciel. Como foi citado, aqui, pela Verª Margarete, nós temos Erico
Verissimo e Mário Quintana. Então, ele pode escolher, mas ele concederá no
menor número de prêmios. Então, nós diminuiríamos o número dos prêmios, das
homenagens da Casa, mas, por outro lado, nós não desprestigiaríamos as pessoas.
E, independente da maneira como for conduzido este Projeto, eu acho que não tem
como tirar os prêmios, as homenagens de pessoas como Carlos Santos, como Mário
Rigatto. Isso não existe. Não existe essa possibilidade. O que nós temos que
fazer é construir um processo em que essas coisas andem juntas. Obrigado.
A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerrada a discussão. Em votação o PR
nº 060/07. (Pausa.) O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar
a votação do PR nº 060/07.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srs.
Vereadores, a Bancada do PSDB, e eu falo em nome do Ver. Luiz Braz, que é o
Líder da Bancada, vai votar favoravelmente ao Projeto. Porém, peço para a Srª
Presidenta que esta Casa comece a revisar alguns nomes de projetos que possam
posteriormente formar uma galeria seleta e reduzida, não 62 prêmios, de nomes
maravilhosos.
Eu
queria contar a história de um nome. Porto Alegre muitas vezes esquece das suas
figuras mais populares; e eu descobri o nome de uma pessoa encantadora,
maravilhosa e que tinha uma coisa fantástica, corria pelas ruas da Cidade.
Quando nós vimos essa figura correr nós fomos atrás da sua história. Depois que
ele faleceu nós colocamos o nome de uma alameda, chama-se Alameda Bataclan, no
Parque Farroupilha. Bataclan nasceu em Florianópolis, foi para o Rio de
Janeiro, e dali ele foi para uma excursão de navio, com um circo, onde ele
cantava com uma voz magnífica de tenor. Ele recebeu da mais bonita moça do
circo o apelido de Bataclan, que é a onomatopéia da roda batendo na fresta do
trilho do trem. Na França, deram o nome para ele de Bataclan. Eu descobri isso
num dicionário muito antigo, que Bataclan queria dizer exatamente esse barulho
da roda do trem na fresta do trilho. Eu fiquei numa felicidade muito grande,
porque devolvi à memória de Porto Alegre alguém que foi marcante na Cidade, que
foi um propagandista fantástico, que foi uma das maiores alegrias da Cidade, que
ia para os campos de futebol vender produtos, na época, no berro, pois não
tinha outdoor. Ele foi uma pessoa extremamente inteligente, voltada para
o meio ambiente, um atleta fantástico. Então eu estou falando de Bataclan como
uma figura fantástica da cidade de Porto Alegre e que foi resgatada na sua
beleza negra, na sua resistência fantástica e principalmente no seu exemplo de
vida em que foi, durante toda sua vida, não só o atleta, mas um comunicador
fantástico.
É
isso que eu acho que a sociedade deve resgatar. Resgatando Carlos Santos,
resgata a figura mais importante da política do Rio Grande do Sul que os negros
doaram e contribuíram para o Rio Grande, porque na sua doçura, na sua educação,
na sua decência, no seu exemplo foi modelo, foi um paradigma que
lamentavelmente não foi seguido. Hoje nós lembramos do nome de Carlos Santos
como aquela bonomia, com aquela alegria, com aquela doação que ele fez durante
a vida inteira, morrendo pobre, morrendo sem posses, mas deixando uma memória
monumental que raramente um político do Rio Grande do Sul vai atingir esta
expressão tão importante e tão sagrada para o Rio Grande, que chora até hoje
por ter perdido um homem da sua envergadura.
Acho
que é disso que estamos falando aqui. É isso que nós não vamos abrir mão mais,
porque o negro brasileiro durante 500 anos foi escravo, falo como Martinho da
Vila falou: “Livres das algemas da senzala, presos à miséria da favela”. Isso
vai terminar. Um grande abraço para vocês. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o assunto, já
dissemos, não está definitivamente maduro. Nós achamos que o problema não está
no número de prêmios, e sim na comedidade de cada Vereador. Essa é a questão.
Agora, eu decido pela minha cabeça, pela minha consciência, não pelos jornais.
É bom que se diga isso. Eu quero cumprimentar o Movimento Negro, que salvou
Carlos Santos. Não fomos nós que salvamos, não; aqui não estamos salvando
Lupicínio Rodrigues, aqui não estamos salvando Glênio Peres, aqui não estamos
salvando Mário Rigatto, aqui não estamos salvando Leonel Brizola, aqui
não estamos salvando Lutzenberger, aqui não estamos salvando Maurício Sirotsky
Sobrinho, um nome da imprensa gaúcha. Não estamos salvando; agora, o Movimento
Negro, sim. Movimento Negro, meus cumprimentos, salvou Carlos Santos! E o fez
muito bem!
Quero
ressalvar, na minha análise, a Comissão. A Comissão trabalhou, a Mesa
solicitou, mas, na verdade, Srª Presidente e Srs. Vereadores, Glaucus Saraiva
não estamos salvando, o Ver. Bernardino Vendruscolo não está salvando
Glaucus Saraiva, nenhum de nós está salvando; agora, o Movimento Negro,
sim, aqui salvou Carlos Santos! E fez justiça! E fez justiça! Nós, aqui,
estamos cometendo injustiça, é verdade, injustiça! Estamos cometendo injustiça,
porque são situações constituídas.
Eu
quero dizer aqui que o Vereador que ofereceu menos prêmio e troféu nesta Casa
está aqui na tribuna. Está aqui na tribuna o Vereador que menos troféu, Verª
Neuza Canabarro, deu nesta Casa. Parece-me que dei um troféu, vejam só, e eu
estou há sete mandatos nesta Casa!
Eu acho que a matéria não
está suficientemente resolvida, porque o que vale é o comedimento do Vereador
diante desse conjunto de Prêmios. O fato de esses Prêmios terem homenageando
esses valores que construíram a Cidade, o Estado e a humanidade não significa
que eu possa usá-los desabridamente; não, absolutamente não.
Então
quero encaminhar pela derrubada da presente Resolução. Nada contra a Comissão
que trabalhou, nada contra a Mesa, mas quero encaminhar contrariamente e mais
uma vez cumprimentar a garra, a perseverança do Movimento Negro, que salvou
Carlos Santos. E nós aqui não salvamos Lupicínio Rodrigues e todos os nomes que
aqui já referi!
Portanto,
fica a nossa manifestação para dizer que vamos, convictamente, votar contra a
presente Resolução.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
A Verª Neuza Canabarro está com a palavra para encaminhar a votação do PR nº
060/07.
A
SRA. NEUZA CANABARRO:
Srª Vereadora Maria Celeste, Muito Digna Presidente desta Casa; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, público presente, estamos, neste momento,
com o PR nº 060/07, de autoria da Mesa Diretora, que institui o Troféu Ordem
dos Açorianos, a Comenda Porto do Sol e o Diploma Honra ao Mérito, premiações a
serem outorgadas pela Câmara Municipal de Porto Alegre, revoga legislação
pertinente à matéria e dá outras providências.
Eu
colocaria, em primeiro lugar, que estamos aqui no momento em que se fala no
Troféu Carlos Santos. Ninguém tem mais legitimidade para reconhecer a figura de
Carlos Santos do que eu, porque sou casada com um negro. Dá-se um valor enorme
à trajetória de um homem negro que deixou uma marca, e uma marca indelével na
Administração, no cenário do Legislativo Estadual.
Quando
Secretária de Educação, eu surpreendi o Partido, sugerindo o nome de Carlos
Santos ao nosso CIEP Especial de Rio Grande. Por que não em Rio Grande o CIEP,
e, sim, em Cruz Alta? Porque Cruz Alta foi o modelo de CIEP para deficientes. E
eu justificava, porque foi o primeiro Deputado gaúcho a falar em atendimento ao
deficiente, numa época em que o deficiente era escondido, as famílias não
assumiam, não levavam à sociedade, não saíam; então todos os méritos.
Agora, eu confesso a vocês que, neste momento,
temos uma angústia, nós vamos colocar Carlos Santos, com todos os méritos que
tem direito, com todas as honrarias e vamos extinguir Mário Rigatto, Leonel
Brizola? Nós ficamos entre “a faca e a parede”; é muito, muito difícil esta
situação. Nós sabemos que a imprensa marca, de perto, a Câmara de Vereadores
pelas homenagens, e, com essa justificativa, estamos propondo um enxugamento
para que seja mais valorizado, para que se tenha um menor número, para que as
pessoas digam: “Eu fui destacada”. Caso contrário fica muito banalizada, muito
vulgarizada a concessão de títulos e de prêmios dentro desta Câmara Municipal.
Confesso que estamos no momento de chegar a uma
votação, uma votação muito difícil, porque, no momento em que aprovarmos a
manutenção desse Troféu, nós vamos ter, com certeza, já o caminho aberto para
que as outras premiações também sejam revistas, e aí eu incluo, com certeza,
Leonel Brizola e Mário Rigatto que, junto a Carlos Santos, fazem mérito, fazem
jus à manutenção de um prêmio.
Então,
isso aí era o que eu gostaria de poder desabafar. Vamos votar e, então, entrar
com um processo para começar a resgatar todos os outros aqui. Quando o Ver.
Sebenelo diz “resgatamos”, nós não estamos resgatando, porque ele (Carlos
Santos) está num pedestal onde sempre esteve, quer dizer, ele tem brilho
próprio pelo seu trabalho, pela sua postura, pela forma como se conduziu, e isso
todos nós reconhecemos. Então desejo que, neste momento de votação, se vote com
consciência, com tranqüilidade, e vamos ver o resultado. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do PR
n° 060/07.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Srª
Presidenta, Verª Maria Celeste; eu só venho a esta tribuna para fazer uma
defesa ou tentar, ao menos. O Ver. Elói Guimarães me condenou precipitadamente.
Mas eu também, Ver. Elói Guimarães, sigo no caminho do seu discurso. Agora,
parece-me o seguinte: está tão confuso que o mais sensato é votar
favoravelmente ao Projeto, e, depois, com calma, tentarmos recuperar de outra
maneira a valorização de segmentos tão importantes da nossa sociedade, como o
segmento do esporte, segmento da medicina, do tradicionalismo.
Então,
caro Vereador, eu - que, cedo da tarde votava pelo adiamento deste Projeto,
para que nós pudéssemos melhor discutir, ou depois, posteriormente votaria
favorável à Emenda, mas, porém contra o Projeto -, convencido agora, voto
favoravelmente ao Projeto. Mas o convido, para que nós possamos, com calma,
reavaliar aquilo que foi, de uma forma ou de outra, com todo respeito,
atropelado. Parece-me que nós precisamos fazer uma reavaliação para darmos
prestígio principalmente à nossa cultura, à cultura gaúcha. Tenho certeza de
que aqueles que têm esse sentimento concordam comigo.
Eu
acho que hoje será mais sensato votarmos favoravelmente e encaminharmos de
forma razoável, até porque nós precisamos fazer esse registro; são muitas
homenagens, são muitas. Vamos ver como fica e nós poderíamos fazer, depois, com
calma, esse conserto. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Sebastião Melo, o PR n°060/07. (Pausa.)
(Após apuração nominal.) APROVADO por 26 votos SIM e 03 votos NÃO.
Gostaria
que ficasse registrado, para as notas taquigráficas, por se tratar de um
Projeto de maioria simples, que eu não posso, como Presidenta dos trabalhos,
votar, mas a intenção é de votar conjuntamente com todos os demais Vereadores
desta Casa, positivamente.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PR nº 060/07.
O
SR. NEREU D’AVILA: Depois
de tanta discussão, ainda há confusão na cabeça de alguns Vereadores.
A
Emenda nº 02 é a unanimidade da Casa, que é a questão do Deputado Carlos
Santos, só que a Emenda nº 01, e não posso encaminhar, porque, lamentavelmente,
não pedi destaque, mas, na verdade, esse Substitutivo foi apresentado por mim e
pela Mesa. E, no meu entendimento, agora, os prêmios Ordem dos Açorianos, Porto
do Sol e Honra ao Mérito têm uma harmonia. Os Açorianos foram os fundadores
desta Cidade.
Então
há uma Emenda, eu sei, até assinada por V. Exª, mas acho que descaracteriza o
Projeto. Por isso quero deixar claro e peço aos Srs. Vereadores que votem
contra a Emenda nº 01 e a favor da Emenda nº 02, que é a do Deputado Carlos
Santos.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Isso é encaminhamento de matéria, e, para esclarecer, esta Emenda não é de
autoria apenas da Presidenta, mas da Mesa e Lideranças, decidida em reuniões
conjuntas, também sensíveis ao Movimento Negro que solicitou a construção da
Emenda, sim, Ver. Nereu. Assim como V. Exª informou ao Plenário, eu estou
informando, como Presidenta, que não é uma Emenda de minha autoria, mas é uma
Emenda de Mesa e Liderança.
A
Emenda nº 01 diz o seguinte (Lê.): “Substitua-se, no PR nº 060/07, a expressão
‘Troféu Ordem dos Açorianos’ pela expressão ‘Troféu Câmara Municipal de Porto
Alegre”. Este é o teor da Emenda.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza, a Emenda nº 01 ao PR nº
060/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 19 votos SIM e 10 votos NÃO.
Registro também a intenção desta
Presidenta em votar favoravelmente à Emenda; só não o fiz por questões
regimentais.
Convido
todos os Vereadores e assessorias desta Casa para que façam as suas inscrições
no curso que estaremos desenvolvendo na Escola do Legislativo Julieta
Batistioli, sobre o Plano Diretor. As aulas iniciarão, na próxima segunda-feira,
nas dependências da Escola Superior de Direito Municipal de Porto Alegre.
Solicito que os Srs. Vereadores e assessores façam as suas inscrições para as
turmas que iniciaremos na segunda-feira. Já estão disponibilizadas na Internet
as inscrições.
O
SR. ERVINO BESSON: Minha
cara Presidenta, um esclarecimento, surgiu uma dúvida hoje pela manhã: cada
Gabinete pode inscrever um assessor e o Vereador, ou somente o Vereador ou o
assessor, uma pessoa só? Surgiu essa dúvida e eu gostaria que V. Exª esclarecesse
ao Plenário.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Nós
temos, Vereador, 56 vagas disponíveis, priorizamos uma vaga por Gabinete, mais
uma vaga para os doze Vereadores que estarão compondo a Comissão do Plano
Diretor, e seis vagas para a Direção Legislativa desta Casa, que irá trabalhar
o tema. É uma vaga por Gabinete.
O
SR. ERVINO BESSON:
Obrigado, Presidenta, esclarecido.
A
SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste):
Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h45min.)
*
* * * *